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cronicas-->Música de chuveiro -- 05/10/2000 - 14:34 (Maurício Cintrão) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Um gravador para chuveiro. A idéia é simples e funcional. Aló, multinacionais da eletro-eletrónica! Desenvolvam um bom gravador para ser usado (ligado) embaixo do chuveiro (ligado) e que continue funcionando. Estará resolvido o problema do anonimato do sem número de cantores de grande talento que povoam os boxes de chuveiro, banheiras e equivalentes por este Brasil afora. Imaginem quantos bons cantores seriam revelados com essa simples inovação tecnológica (se é que já não existe, porque já inventaram de tudo nesse mundo).

Agora, tem que ser um gravador capaz de reproduzir não só os graves e falsetes dos encharcados artistas, mas, também, o eco dos banheiros. Porque não existe cantor de chuveiro sem eco de banheiro. Não inventaram, ainda, eco mais eficiente para cantores iniciantes do que o do cantar sob o chuveiro. Veja bem: não é só um ecozinho de banheiro qualquer. Tem que ser eco de cantar embaixo do chuveiro ligado, meio molhado, meio ensaboado, meio libidinoso. Ecão, daqueles fantásticos, de Municipal azulejado.

Eco igual a esse eu nunca ouvi fora do banheiro. Nem com aquele nosso Apollo dos tempos em que eu pensava em ser cantor e triturava um microfone Shure como quase crooner do conjunto dos primos. Quase crooner pois meus primos nem sempre deixavam que eu cantasse, à revelia das minhas qualidade naturais de canarinho.

Aliás, pensando bem, crooner, mesmo, era a Celinha, minha prima, que cantava feito passarinha, mas nem sempre era convidada a participar das nossas orgias musicais, posto que eram orgias e a prima era pessoa da mais alta conta entre todos nós. Ai se um dos primos fizesse a asneira de incluí-la nas nossas festanças. Era briga certa, a começar pelos próprios membros do conjunto.

Conjunto não era bem o caso, diga-se de passagem. Era um combinadão. Quando faltava um, aparecia outro para remendar. Parecia time de futebol de churrascada. Sempre sobra alguma coisa para um primo ou amigo em um grupo que adora fazer barulho. E nós fazíamos barulho de qualidade. Coisa de quem conhece alguma coisa e esbanja o pouco que conhece. Mas essa é outra história, que não cabe no box do chuveiro.

Importante é saber se a moderna tecnologia tem condições de atender aos milhares e milhares de artistas que, anonimamente, realizam pelos banheiros, agora, bem agora, enquanto você lê este texto, cantorias de invejar o mais afinado dos rouxinóis.

Aliás, fiquei inspirado. Bem que tomaria um banho nessa tarde abafada. Cantando, é claro!

Maurício Cintrão
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