Circunstàncias inesperadas desestruturaram a forma do meu cotidiano. Fui obrigado a me levantar mais cedo e a fazer o café pela manhã para não curtir o inverno a seco. Achei interessante que reaprendi a fazer café, mingáus , ferver leite, esquentar pão, etc. Achei interessante que, após uns trinta dias de atividades, comecei a conhecer as panelas, umas mais velhas outras mais novas, tamanhos e formas variadas, e lembrei-me da parábola do Bom Pastor. O bom cozinheiro conhece as suas panelas, assim como o bom estudante os seus livros e cadernos, o bom profissional os seus deveres e assim por diante. Então constatamos, de forma simples, que o bom é a meta do homem.
O bom é a virtude, a perfeição de que o Divino Mestre nos recomendou : sede perfeitos como vosso Pai Celestial é perfeito. Esse deveria ser o empenho de toda nossa vida. Hoje, porém nos encontramos carentes da perfeição e o mundo se encontra nessa miséria toda. Não podemos tapar o sol com a peneira. Não podemos continuar vivendo iludidos pregando um otimismo que na realidade não existe. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Na verdade, nem tudo está perdido e maravilhosas coisas existem neste conflitoso mundo. O que pretendo expressar, com as limitações normais da palavra (escrita ou oral), será objeto dos parágrafos seguintes.
Há urgência em se retomar a pregação da virtude , dos bons costumes, da decência, da moral (ética), civilidade, patriotismo (não esse fanático do futebol) e se abandonar definitivamente, a nefanda e avassaladora promoção de todos os crimes (assassinatos, roubos, estupros, assaltos, falsificações ,etc ), inclusive as lindas e viciosas exibições do sexo proibido. Rádios, jornais, revistas, televisão, cinema etc. deveriam pautar seu programas objetivando a perfeição ou seja, fornecendo elementos para dignificar o homem em todos os seus sentidos.
Evidentemente , isso é um sonho, no final do século XX. As desestruturas sociais superabundam e o homem conturbado e confuso é uma formiguinha apavorada. Chegamos onde estamos porque, de há muito, se cultivam e se intensificam todos os vícios, com desprezo total para a virtude. Chegamos pelas próprias mãos, porque inclinados para o pecado e o vício, aceitamos com prazer todos os estímulos para o desenvolvimento dessas mazelas. Pelas próprias mãos haveremos um dia de nos libertar dessa podridão toda porque , é induvidoso, que Cristo se sacrificando na cruz pela redenção do gênero humano, nos outorgará os meios para nos erguermos e proclamarmos a nobreza e dignidade do homem.
Somente não sabemos quando. Quem sabe no século XXI .