Quem não conhece a dor? Quem nunca sentiu o gosto amargo na boca, depois de uma decepção mortal? A dor, que só é sentida por quem a procura, e é a fronteira que limita a infinita felicidade.
A rejeição, um grito que diz "não", a notícia malquerida, o anúncio de uma morte, o sofrimento de todo um povo; palavras, gestos, gritos; ações e palavras mais palavras: os caminhos invariáveis das várias dores.
Taquicardia, o galopar do coração, que em vão procura e corre atrás de uma cura. Alguns, os escolhidos, estes a encontram depois de descomunal batalha. Outros, no entanto, só encontram alívio nos limites que o "Senhor do Tempo" oferece a seu escravos, as pedras de carne. Existem também os mais sensíveis. Estes, entretanto, só encontram alívio num último ato de desespero: o veneno ingerido. a bala no crànio, a faca no peito, ou ainda um último vóo, sem asas e perfeito.
A dor...na dor...
Assim vive - ou desvive?- aqueles que acreditam numa suposta bondade. Bons momentos, muitos ou poucos, sempre são muito poucos em face da incurável dor.
O ideal é a eterna satisfação. Pena que não passe disso: ideal.
Mas enquanto penetramos o mundo ideal, resta-me a dor, apenas a dor e a vontade de curá-la, e novamente a dor ... Sempre.