A letra de "Amor e Sexo", cantada por Rita Lee , foi escrita a partir de uma crónica de Arnaldo Jabor. A autoria da letra é de Rita, Roberto Carvalho e Jabor, um "ménage musical à trois" (como ela definiu) perfeito! Adoro a música e não canso de ouvi-la. Aliás, não canso de Rita. Só não consigo separar as coisas dentro de mim. Sou do tipo: sexo, só com amor. Num ritmo só, o da batida de meu coração.
Não me refiro à quele amor idealizado, único, para todo o sempre, até que a morte os separe. Falo de amor, sentimento irrestrito, livre, sem a carga monogàmica imposta pela sociedade, igreja, etc... Amor vem de nós, isso é certo. E só de nós. Não devemos procurar amor no outro. O que vale é amar e entregar-se ao amor.
Amor é singular? Não creio. Acredito que muitas vezes refreamos o sentimento, o inibimos, mas lá no fundo sabemos que, não fosse nossa cultura, sentimento de culpa, o amor teria outros pares, ímpares, multiplicar-se-ia e seria repartido. Amor e sexo, uma prosa-poética. Equação matemática. Sexo, isolado, é má temática. Conjunto vazio. Conheço pessoas que transam por transar, eu não consigo. Talvez seja um defeito genético meu. E minha fórmula não seja a de solução mais prática. Mas o resultado é exato, sem sobras.
Mesmo um amante, teria que ser, antes de tudo, meu amado. Poderia ser um amor de momento, mas o sexo teria que vir de dentro do peito, um livro aberto, onde leio o sexo como complemento não um ato apartado, sem nexo (senão gozo pelo gozo). Sou capaz de amar pessoas que não me amam e fazer sexo com elas. Mas eu tenho que amar, senão não rola. Quadrada, eu? Nem tanto, pois aceito triàngulos. Qualquer polígono amoroso.