Nós estamos acostumados com a morte dos outros. Com frequência, Ã s vezes bastante acentuada, tomamos conhecimento que parentes, amigos, colegas e pessoas em geral morreram de uma forma ou de outra. Nem sempre nos sentimos pesarosos porque as preocupações e os entretenimentos da vida não permitem que se pense na morte. É um acontecimento natural. Todavia, essa natural e inevitável contingência, esperamos se encontre bem distante de nós outros, pois ainda não tivemos tempo de considerar adequadamente o assunto, as suas consequências e, sobretudo, como ficará o mundo sem a nossa presença.
De início, verifica-se que não faremos falta nenhuma, pois o mundo continuará com os seres subsistentes e, numa linguagem popular, ele não está nem aí com a ausência do semelhante. Como a experiência comprova os sobreviventes somente acreditam que os outros morrem. Concluindo o parágrafo, não devemos nos esquecer: apenas a família, os mais chegados e íntimos eventualmente lastimarão a ausência do falecido.
A importància do tema é justamente para acentuar o caráter efêmero da existência. A fugacidade do tempo deve nos trazer à mente considerações mais sérias, como por exemplo, se existe uma vida futura após a morte e se há alguma ligação com a que desfrutamos no planeta Terra. A meditação é transcendente porque, da resposta ao questionamento se adotarão posturas de comportamento - boas ou más -, de imensa repercussão no convívio social.
Hoje, no mundo das comunicações, abundam referências à s crises, bandalheiras, perturbações sociais de toda espécie e - numa linguagem de gíria - ninguém está se lixando com o que vai nos suceder após a morte. Quer-nos parecer: a leviandade em se considerar o assunto é muito grande, acentua a irresponsabilidade dominante, contribuindo para a angústia e o desencontro de soluções para a problemática social.
Quem furtaria, quem violaria as demais regras de comportamento humano se se lembrasse ou fosse lembrado com frequência que o Reino de Deus está próximo e os seus atos ou ações serão devidamente avaliados, recompensados ou punidos? A religião cristã, aceita pela maioria dos brasileiros, doutrina que a vida é um campo de prova, onde todos deverão superar as dificuldades morais (o pecado), sob pena de parecer definitivamente.
As dificuldades económicas e outras não devem ser absorventes ou excludentes porque, face ao Cristianismo, são sempre secundárias, haja vista o confortador preceito do Mestre: "Buscai o primeiro Reino de Deus e tudo o mais vos será dado por acréscimo."