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cronicas-->Acreditar -- 22/09/2000 - 13:59 (Maurício Cintrão) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
"Acreditar na existência dourada do Sol..."
Tenho saudades da dupla formada por João Bosco e Aldir Blanc. Foi uma das dobradinhas mais eficientes da Música Popular Brasileira. Quiseram os astros que se aproximassem da inesquecível Elis. Quiseram mais: que se somasse ao grupo o não menos fundamental César Camargo Mariano.

Ainda ouço com carinho as músicas dessa trupe. Ainda me emociono ouvindo "Bala com Bala", "Caça à Raposa", "O Bêbado e a Equilibrista" e "Bodas de Prata", entre tantas outras. São retratos musicais que nunca se perderão.

Tenho com as músicas uma relação cinematográfica. Uso os sons na tradução dos meus momentos. Anda, vira e mexe, me pego cantarolando esta ou aquela música para ilustrar uma lembrança ou um momento específico do dia. Mesmo que não tenham sido compostas para esse fim, transformaram-se em trilhas musicais da minha vida. Acho que outras pessoas também fazem isso. Porque as músicas são como perfumes. Marcam épocas, passam a ser identificadas com pessoas e situações.

João Bosco, Aldir Blanc e Elis estão por perto de muitas das lembranças decisivas de minha vida. Não são apenas eles, é claro. Recordar um velho amor pode fazer tropeçar em Vinícius, ou em Jobim, ou em ambos. Impossível tratar dos tempos sombrios sem Chico, Caetano ou Gil e não nessa ordem necessariamente. Inescrutáveis segredos são mantidos a sete chaves com Antonio Maria, Lupiscínio Rodrigues, Dolores Duram ou Maysa. E por aí vai.

Mas as minhas recordações inequívocas, aquelas que imprimo com as solas dos pés na areia da praia ainda hoje, ah, essas estão musicadas pelos sons de João Bosco, Aldir Blanc e Elis. Não que eu seja um saudosista. Gosto de muita coisa nova que anda tocando por aí. Canta mais forte, porém, o rouxinol daqueles tempos de hi-fi, cuba libre, patchouli e conga. É que a música, como o mercúrio, acumula no organismo. Mas, diferente dos garimpeiros, não sofro de nenhum mal que não seja acreditar sinceramente na vida. Mesmo que, ainda hoje, as tardes ainda ameacem cair feito viadutos.
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