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cronicas-->Ter ou não ter filhos -- 19/09/2000 - 08:50 (Maurício Cintrão) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
É curioso perceber como as pessoas pensam antigo em alguns momentos. A expressão é estranha, mas não consigo encontrar outra: pensar antigo. Estamos a um passo do novo milênio, mas há temas que revelam a resistência de alguns grupos à evolução dos costumes e ao bom senso.

A Internet aproxima pessoas que jamais estariam próximas se não fosse a revolução da informática. Mesmo assim, ainda se fala em solidão tecnológica. Cientistas mapeiam o código genético humano e há quem exorcize essa prática da ciência. As mulheres conquistam autonomia e o mercado de trabalho, mas ainda esbravejam aqueles que esperam delas o mesmo comportamento das suas avós.

Outro dia, foi instalada uma polêmica absurda quando falava-se sobre mulheres que não querem ter filhos.

Ter filhos não é sina, é escolha que não pode ser enxergada como obrigação moral, religiosa ou social. Quem não deseja filhos tem todo o direito de seguir sua vida sem eles. Pobres das crianças que nascem ou são incorporadas ao convívio de uma família que não as aceita. Melhor não ter pais, melhor não nascer.

Já não foram poucas as vezes em que ouvi absurdos como "a maternidade é uma vocação inata de toda a mulher". Se houvesse matemática do comportamento, essa equação seria chamada de bobagem absoluta. Vocação inata é um eufemismo para garantir o aprisionamento das mulheres em casa.

Quando mostro estranheza diante de discussões desse tipo, sou olhado com desconfiança. Tenho quatro filhos e acabo, por isso, sendo considerado uma espécie de defensor incondicional da maternidade. Bobagem! Defendo meu direito de ser pai e o de minha mulher ser mãe, porque assim ela o quer. E defendo o direito das crianças terem pais que as desejem.

Há milhares de casos de crianças abandonadas por pais ou mães (ou ambos) que, no fundo, não queriam ter filhos. São órfãos de pais vivos, massacrados pela expectativa social ou pela ignorància, com a anuência do Estado. Isso sim, é motivo de indignação. Pois que não tenham filhos aqueles que não os querem.
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