Não se imaginava que a degradação fosse tão longe. Hoje, chafurdamos na lama de hediondos crimes, dissecados ante à s càmeras de tevê e impressos nas capas das revistas. Monstros que estupram, matam e bebem o sangue de pessoas são retratados e entrevistados como figurantes máximos das rotinas de homicídios, infanticídios, abortos et caterva...Não bastasse o relato detalhado desses crimes selvagens, o noticiário televisivo, principalmente, se atém à podridão de enfermidades pestilentas e fatais, só faltando marcas a data para o apocalíptico fim do mundo.
Tudo isso, porém, é mitigado com as conturbadas notícias das reformas previdenciária e tributária da possível inflação , recessão e desemprego crescentes, corrupção, fraudes, mulheres famosas que se apresentarão, completamente nuas, em páginas de revistas ditas masculinas e assim por diante.
Esses costumes, induvidosamente, são imorais e doentios. Não se vê vantagem alguma em se chafurdar na lama, na asquerosidade de notícias perniciosas, como a dos matadores de crianças para cultos demoníacos ou de outros exterminadores. A onda de sequestros parece tersuavizado, mas a tónica de desastres, catástrofes, enchentes, justiceiros , assaltos a bancos e residências continuam. O deleite parece geral porque a tevê, como deusa imbatível e insubstituível, continua ligada e entronizada na maioria das casas e residências.
A grande maioria é unànime em reconhecer que a vida, de maneira geral, é má e gostaria que tempos e costumes fossem outros. Apenas não sabem como e não acreditam que possa haver modificação para melhor. Massacrado pela errada e perniciosa comunicação, o grosso da população se afoga na irracionalidade dos instintos. A racionalidade parece não mais existir na espécie humana. Esperamos que,passados esses momentos de loucura, quando a paz e a calma repousarem sobre mentes e corações sofridos e frustrados, a razão talvez volte a funcionar, direcionando-se para os objetivos inarredáveis do ser humano, consubstanciados numa única palavra: felicidade. Como encontrá-la no meio de tanta podridão e maldade? Há necessidade de se iniciar urgente limpeza, desobstruindo os esgotos e mandando para o lixo as torpes mensagens dos doentios comunicadores. Enquanto vivermos vislumbraremos apenas uma nesga do céu, mas um dia ele haverá de ser nosso inteiramente.
