Já constatamos as dificuldades existentes para o progresso social. Pululam as causas e as soluções aventadas para eliminá-las ora não são aplicadas adequadamente, ora deixam de ser eficientes ou oportunas, ora se encontram fora do alcance das possibilidades disponíveis e assim sucessivamente.
Um fato, porém, nos tem chamado a atenção achamos oportuno tecer considerações a respeito.
Trata-se da desunião, principalmente das elites: social, política, religiosa, cultural, empresarial e onímodas outras. Já pensaram como tudo seria mais fácil se o conhecidíssimo axioma a união faz a força prevalecesse em toda a sociedade? Se todos os intelectuais se unissem (não apenas nas restritas academias), se os religiosos se irmanassem (dentro da própria e idêntica convicção que abraçaram), os empresários, os agricultores e todas as demais classes?
Infelizmente, as divergências, a ambição, a vaidade, os desentendimentos, a falta de humildade (todos querem ser chefes e impor os próprios pontos de vista), impedem o entrosamento de centenas e milhares de criaturas, que passam a viver isoladamente, observando outro provérbio, também pleno de sabedoria: antes só do que mal-acompanhado. Jogados no tobogã da vida - em pleno desespero da imprudente e horripilante aventura e para não abordar o assunto proibido -, temos de nos valer do PMI (produto moral indispensável) ou de nos quedar absolutamente inertes, conformados com a mísera impossibilidade humana.
Precisamos bater na tecla da moralização, pois o abandono das posturas éticas fundamentais, a começar pela inobservància do Decálogo, destrói o respeito para o semelhante, prevalecendo a partir daí - na convivência social -, a força bruta, a astúcia, a maldade. Como se fóssemos sobreviventes de uma tragédia, constatamos os estragos bárbaros causados pela liberação dos costumes, pela corrupção e todos os inomináveis crimes detestados pela sociedade, mas - paradoxalmente -, por ela admitidos, anunciados e propagados.
As lastimáveis consequências dessa filosofia adotada pelas elites, são traduzidas, em resumo, pelos axiomas: salve-se quem puder, cada um para si, Deus para todos, o mais próximo de você é você mesmo, Mateus, primeiro os teus, etc. Afinal, há cerca de 400 anos já dizia Shakespeare, pela boca de um dos seus personagens: "Minhas palavras voam para o alto, meus pensamentos permanecem na terra; palavras sem pensamentos, nunca para o céu vão."