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cronicas-->DO OUTRO LADO -- 26/08/2000 - 23:38 (Carmen G.Scherer) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

"Sem saber, sem querer e sem ter culpa de nada, estou aqui como um prisioneiro , no meio da mais livre e da mais aberta das estradas. Sou um "livre-prisioneiro". Como vim parar aqui?
A história de minha vida começa igual a muitas outras que você conhece ou já ouviu falar. No início, estive abrigado em um lugar escuro, quentinho e gostoso, onde recebia alimento, conforto e era alvo de muitos cuidados. Lá eu não sentia medo de nada, apesar dos ruídos estranhos que escutava ao meu redor. Lembro-me de um toque-toque repetido que foi se tornando cada vez mais forte. Foi quando percebi que fazia parte de mim mesmo. Aguardei impaciente o momento certo para dar as caras. A expectativa de minha chegada foi grande e pude perceber isso, porque era envolvido pela mais pura emoção de amor e doces sonhos de alegria. O momento tão esperado chegou. Uma luz forte ofuscou meus olhos. A partir desse momento, a história de minha vida passou a tomar um novo rumo, marcado por uma implacável diferença. Aquilo que seria a concretização de um desejo maior de felicidade, transformou-se em decepção, angústia, lágrimas e sofrimento. O diagnóstico logo foi divulgado : Síndrome de Down.
Aqueles que me aguardavam, sentiram-se frustrados e infelizes. Não era minha intenção causar tanta tristeza, ser um fardo ou até motivo de vergonha para ninguém. Não me olhem desse jeito. Não tenham pena de mim. Não quero sua comiseração. Sou diferente, sim, mas sou gente também e tenho coração. Como qualquer outra criança, devolvo aquilo que recebo, seja carinho, amor ou agressividade. Sou o reflexo amplificado daquilo que me é oferecido. Sei que tenho inúmeras limitações. Terei dificuldade para aprender, para ver e ouvir, portanto, não esperem muito de mim. Talvez nunca aprenda nada mesmo. Mas depende muito de vocês superar essas dificuldades que tenho, e consequentemente, melhorar a qualidade de minha vida.. Não me abandonem. Dêem-me a mão."
Felizmente foram criadas as APAES. Aqui na Santinha temos a EEEI- Escola de Educação Especial Interativa.
"Que bom que você me trouxe aqui! Aqui, as "profi" e muita outra gente bacana descobriram que tenho muitos talentos, sensibilidade para as artes , para a música, não esquecendo minhas habilidades manuais. Aqui tenho muitos amigos, brinco, corro, me divirto à beça. Recebo carinho, amor e minha família está contente com meus progressos. Ninguém acreditava. Agora acreditam. Durante toda a Semana que passou, nossa Escola esteve em festa. Eu e meus colegas demos o nosso show e mostramos as coisas que somos capazes de fazer nas diferentes Oficinas. O Bazar é uma amostra. Agradeço a todas as pessoas que deram as mãos para abraçar esta causa. Nós somos os maiores beneficiados."
PS: Referência especial ao trabalho da APAE em nossa cidade, durante a Semana Nacional de Prevenção às Deficiências.
Carmen@gaz.com.br


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