Portugal: todos os argumentos para negar o aborto são positivos
Leigos do Porto assumem empenho pelo «Não»
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PORTO, terça-feira, 09 de janeiro de 2007 (ZENIT.org).- Comissão Diocesana de Ética e Vida da Diocese do Porto (Portugal) indica a responsabilidade como único meio para impedir a legalização do aborto, que será votada em referendo, no mês de fevereiro.
Segundo informou a Agência de notícias portuguesa Ecclesia, com base na posição «Positivamente Não», porque todos os argumentos para negar o aborto são positivos, a Comissão Diocesana de Ética e Vida do Porto apresentou ontem um documento, intitulado «Somos responsáveis por nós e pela Família Humana», que será debatido através da dinamização dos vários movimentos laicais do Porto, que juntaram-se a esta campanha.
Conforme mencionou Filipe Almeida, da Comissão de Ética, à agência Ecclesia, «o que está em causa é avançar com uma despenalização de aborto sem necessidade de qualquer explicação», chamando a atenção que, da forma como foi exposto o referendo, para poder abortar, vai bastar um querer pessoal da mulher grávida, «sem que haja necessidade de qualquer fundamentação de saúde que possa interferir na vida do feto, embrião ou da mãe».
Conforme relata a agência de notícias portuguesa, Filipe Almeida explica que esta atitude implica «em disponibilizar por completo a vida humana aos interesses de uma mulher sem ter de justificar a ninguém as razões da sua decisão, tornando a vida humana ao sabor de tudo e de nada».
Para a Comissão Diocesana, a responsabilidade é a única via para impedir a despenalização do aborto sem qualquer fundamentação, «sendo a responsabilidade o valor cimeiro da ética», segundo recolheu Ecclesia.
A Comissão Diocesana de Ética e Vida formada há um ano percebeu que, em virtude do tema estar sendo debatido no país, não podia deixar de emitir um parecer sobre a questão. «A afirmação de um grupo de cidadãos com base católica tem uma palavra de contributo para essa reflexão, considerámos ser este um momento oportuno de participação», esclarece Filipe Almeida à agência Ecclesia.
A dinâmica "Positivamente Não" reuniu cerca de 50 especialistas em Bioética, Biologia, Bio-Direito e Filosofia, que vão percorrer toda a Diocese do Porto em sessões de esclarecimento sobre o que está em causa no referendo.
Comentário
Félix Maier
Qual a diferença entre matar um feto de alguns dias ou algumas semanas, ou matar uma criança de 1 ou 2 anos? Nenhuma. Em ambos os casos se trata de assassinato.
Não custa lembrar que pessoas oriundas de estupro se tornaram santas, como São Martinho. Aquele feto, que depois se tornaria um santo da Igreja Católica, foi fruto da violação do corpo de uma negra, feita por um espanhol branco.
Venham a se tornar santos ou não, toda vida humana deve ser preservada. Aliás, deveria ser o feto, o ser humano mais inofensivo e mais frágil de todos, o primeiro a ter seus "direitos humanos" garantidos. Não existe absurdo maior em afirmar que a mulher tem o "direito de dispor do seu próprio corpo", já que o corpo do feto é um corpo autônomo, não apenas um apêndice da mulher, como o braço ou a perna.