
Eu te plasmei no ventre da sociedade
“Surdos, ouvi, cegos, olhai e vede!”
Tal como um mártir, preservei a verdade
E, como um rio, saciei tua sede.
Afastei de tua estrada todo espinho
Para que neles teu pé não pisasse
Postei-me em tua frente como escudo
E, com carinho, beijei-te a face
Eu te dei voz quando eras mudo
Fui teu ouvido quando eras surdo
Para que ouvisses e falasses
E abri o mar para que passasses
E, por mais que me molhassem,
As lágrimas e suor que derramei
Tuas lágrimas com amor eu enxuguei
Embora as minhas eu derramasse
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