O homem é mau em sua natureza humana e, ao mesmo tempo, bom, em sua natureza divina. Não! Esse dualismo é uma concepção não-cristã. A matéria seria má e o espírito bom? Por acaso Deus é autor de más obras?De modo algum! “O Senhor Deus formou, pois o homem e inspirou-lhe nas narinas um sopro de vida...”(Gn 2,7) “contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito bom...”(Gn1,31)
Deus não criou demônios; fez anjos bons que se tornaram maus, porque não quiseram ser apenas anjos. Mesmo divinizado por Deus, o homem não é Deus; somos apenas uma jóia revestida de ouro; não o ouro. Somos apenas um espírito revestido de luz, mas não somos a luz.
Podemos ser bons ou maus; cidadãos ou bandidos. Cabe a cada um a decisão de querer andar na luz ou nas trevas. Cada um escolhe o caminho a seguir: se andará mal-acompanhado ou sozinho; se fará o bem ou o mal, sabendo que o bem é fonte de estímulo à alegria, à paz e à harmonia. E o mal, uma ponte que se destina a conduzir os incautos à sua própria ruína.
Todo bem retorna à origem; assim também o mal à sua origem torna. Navegando na vaga ou morrendo no cais, recebe-se a recompensa pelas obras praticadas. Cedo, tarde ou agora, no fluxo e refluxo, o amor brota, ou a vida jaz...