Senhor, aqui estou de joelhos, pedindo perdão pelos momentos mais tristes do meu comportamento humano. Estende Senhor os Teus braços dadivosos, e deixai-me mergulhar neste mar de luz dourada e duradoura de que Te revestis-Te quando Te vi. Deixai-me penetrar neste mar de azul, envolvido pela luz branca que deixas por trás de Ti. Deixai-me sentir o calor e a paixão que irradia do Teu peito. Deixai-me apenas mais uma vez olhar-Te como daquela vez em que abristes os Teus braços para mim, e me chamastes em clamor mudo.
Senhor, aqui estou mais uma vez a desfiar linhas sem sentido no desespero de quem não tem mais alguém por quem chamar. Pelo céu azul, pelos campos verdejantes, mares que ousastes dar-me sem o devido merecimento, deixai-me ser, penetrar totalmente por Ti. Ah, aquele mar de azul, aquela irradiação dourada, aquela chama branca saindo de Teu peito sofrido. Dai-me Senhor contigo, no Pleroma universal.
Senhor, como gotas de orvalho pela manhã, Tuas palavras vêm molhar esta árida e pedregosa alma. Como a brisa, sopras sobre meu ser entorpecido. E num crescendo, mergulho na Tua misericórdia. Senhor, manso e humilde de coração, divino Mestre dos mestres, Luz da Luz, guiai-me pela vereda da vida, pela grande provação, para que banhado por esta, possa um dia estar entre Teus santos, onde estiveres neste ou naquele ou noutros universos. Dai-me as forças necessárias para passar por tudo com dignidade até chegar à luz. Inspirai-me com amor. Fazei de mim mais um dos apóstolos pelos quais velaste tão carinhosamente.
Senhor Deus meu, aceitai a oferenda de minha pobre vida, que aos poucos se enriquece em Ti. Fazei-me esquecer os males que pratiquei um dia.
Ajudai-me a levantar as crianças ofendidas, e sem culpa, pelos mensageiros do mal. Ajudai-me a reescrever a história triste da humanidade, em que poucos pararam realmente para pensar e dar glórias a Ti. Ensinai-me a escutar-Te no íntimo do meu ser.
