Por Maurício Savarese e Henrique Melhado Barbosa
SÃO PAULO (Reuters) - Mais de um milhão de fiéis já estavam no Campo de Marte na manhã desta sexta-feira duas horas antes da missa de canonização do frei Galvão pelo papa Bento 16, segundo estimativas da Polícia Militar.
A PM, que contará com quase 4.000 homens na segurança do evento, revisou previsões anteriores e conta agora com a vinda de 1,5 milhão de pessoas para a missa.
Desde as 2h, quando foram abertos os portões do aeroclube, fiéis do Brasil e de outros países latino-americanos fizeram vigília ao som de canções religiosas. O mais esperado e comemorado pelos presentes foi o padre Marcelo Rossi, que cantou e pulou ainda de madrugada para espantar o frio de menos de 10 graus na capital paulista.
A aposentada Íris de Almeida Oliveira, de 70 anos, chegou às 23h de quinta-feira, assim como alguns dos 35 mil jovens que participaram do encontro com o pontífice no Estádio do Pacaembu.
"Eu não passei frio, passei muito calor, porque quando a gente tem fé em Deus, tem calor", disse a aposentada, que veio "sozinha, com Deus e o frei Galvão" de Cidade Tiradentes, bairro pobre da periferia de São Paulo.
De Guaratinguetá, cidade natal do primeiro santo brasileiro, vieram cerca de 500 pessoas. Entre elas estava Francisco Fortes, de 60 anos e descendente de parentes do frei, que morreu há 185 anos.
"Tinha uma hemorragia na bexiga e tomei as pílulas do frei Galvão, que me ajudaram muito", afirmou Fortes. Ele é uma das 13 testemunhas citadas no processo de canonização do religioso.
O papa Bento 16 deve começar a missa de santificação às 9h30. Mais tarde, participará de um encontro com bispos na Catedral da Sé e à noite segue de helicóptero para a cidade de Aparecida, no interior de São Paulo, onde permanecerá até domingo.