Informativo Semanal, Sara News
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O túmulo da sagrada família de Jesus foi descoberto, segundo o diretor de cinema, vencedor do Oscar, James Cameron, e Simcha Jacobovici. Eles fizeram declarações "explosivas", em entrevistas coletivas, no começo de março. Declararam que a tumba de Jesus e de sua família sagrada "foi descoberta em 1980, na cidade de Jerusalém, no bairro de Talpiot".
Segundo a dupla, a tumba contém 10 esquifes com as inscrições em hebraico de "Yeshu Ben Yossef" (Jesus filho de José) "Yehud Bear Yeshu" (Judá filho de Jesus), Marta e Maria, nomes que seriam dos familiares de Jesus.
Não é necessário dizer a reação da crítica ao fato de que tal "descoberta" seja transformada em documentário pela equipe de Cameron e Jacobovici, que não são conhecidos, nem aceitos na comunidade científica arqueológica.
Enquanto Cameron e Jacobovici tentam faturar, o arqueólogo e professor da Universidade de Bar Ilan de Israel, Amos Kloner, que documentou a decoberta "como uma família judaica contemporânea do primeiro século", afirmou que não há provas para sustentar a tese de que o túmulo é de Jesus. "Sou um acadêmico, faço um trabalho acadêmico, o que não tem nada a ver com fazer documentários, e insisto no fato de que se trata de uma tumba comum do século I depois de Cristo", afirmou Kloner.
"Quem disse que Maria é a Madalena e este Judá é filho de Jesus? Esses são nomes muito populares e comuns do primeiro século", afirmou o professor. Kloner, pai da descoberta, afirma que já encontraram mais de 900 tumbas em um espaço de 4 km, e o nome de Jesus, ou Yeshu, foi encontrado 71 vezes. Até "Jesus filho de José" já foi encontrado outras vezes. Enquanto isso, o documentário do Discovery quer mostrar provas científicas, inclusive realizando análises de DNA, feitas em um dos maiores laboratórios do mundo.
As afirmações do documentário beiram ao ridículo. Sensacionalismo é próprio da televisão e de seus produtores. Porém, fazê-los tentando descredibilizar a fé e a Bíblia Sagrada, em cima do nada, é algo inaceitável, para a ciência e para a sociedade moderna, para quem a verdade deve estar acima de tudo, especialmente quando se trata de fé.
(Texto publicado no Jornal da Comunidade, Brasília, 31 de março a 6 de abril de 2007, "Educação", pg. B3).