Publicado no jornal O POVO, em 10 de setembro de 2002
Pela falta de hábito, estranha-se a divulgação de fatos até então debaixo do tapete, mas circulantes no meio... Predominavam murmúrios...fofocas... denúncias sob a forma de panfletos, cartas. Sobre tudo e todos se falava . Preserva minha língua de calúnias e os meus lábios de duplicidade . Quem pensava nisto? Silenciar dói.
Agora não, agora a coisa é transparente, dita e proclamada no alto dos telhados, garantindo a quem denuncia o dever da prova, e a quem é inocente, o direito de defesa, sem privilégios ou restrições. Com igualdade.
Quando chegou à imprensa, o que corria nos corredores e nos gabinetes e plenário do Tribunal Regional do Trabalho e do Tribunal de Justiça, do Ceará, os que balbuciavam ou ouviam, se sentiram gratificados: Até que enfim .
Quando eu escrevi isto em artigo, sábado 3l de agosto, neste jornal, não estava condenando nem absolvendo quem quer que fosse. Simplesmente contemplava às claras o que se murmurava nos bares, nos clubes, nas casas, na imprensa. Meu sentimento não foi, nem é diferente - catei e me chegaram, também, às mãos, correspondências e documentação sobre o que circulava em todos os quadrantes do Estado.
A quebra do continuísmo de poder para perpetuar o nepotismo, no TRT - declarada e assumida pelo seu recém-empossado presidente, engrandece a sua figura pública e restaura a dignidade do Tribunal.
A abertura de processos contra, e posterior afastamento de desembargadores - ambos lutando em sua defesa em várias instâncias, cravou um punhal no corporativismo sanguessuga do TJ.
Tornado público, este procedimento colocou no seu devido lugar a Corregedoria de Justiça. A sociedade está atenta. A ninguém é negado o direito de defesa, nem à imprensa o dever de divulgar.