Em levantamento junto aos setores de reabilitação de diversas Unidades Prisionais brasileira, confirmamos os resultados positivos da atuação de projetos sociais em parceria com os setores de reabilitação.
Mas muito ainda há de ser feito.
Estamos aos poucos percebendo que o número de pessoas que se conscientizam com a nossa realidade, vem crescendo e não podemos diminuir o ritmo da marcha rumo a Ressocialização.
Se faz necessário sempre e em qualquer tipo de estabelecimento prisional, que se implantem trabalhos e cursos diversos, principalmente profissionalizantes, pois estes, além de incentivar a pessoa na condição de presa, reflete de forma positiva para a reinserção social.
Contudo, há a necessidade de voluntários preparados e com máxima boa vontade, para levar para dentro do cárcere a real situação da sociedade "extra muralhas" ensinando e também aprendendo como é a dinâmica de uma Unidade Prisional. Pois, a sociedade conhecendo esta dinâmica, poderá ajudar muito, para que futuramente o individuo encarcerado quando em liberdade, veja o mundo como realmente esta, sem carregar consigo o peso dos anos passados no cárcere, tendo como certo e absoluto que a vida facilmente poderá ser reiniciada. Além deste fator, um membro da sociedade aberta, após conhecer o sistema de FATO, passa a ter uma outra visão de um dos maiores problemas que a sociedade como um todo encontra, a Violência e não só aprende a lidar com esta questão, como adquire conhecimento para falar sobre o assunto como realmente o é.
A participação das comunidades nos Presídios é uma fonte de recuperação inimaginável, pois colocar um indivíduo atrás das grades, acreditando que este nunca mais poderá causar nenhum mal nem a si próprio nem a sociedade é apenas uma opinião errada dos que acham melhor "tapar o sol com a peneira", pois este mesmo indivíduo, um dia voltará para a mesma sociedade que um dia lhe pertenceu e terá apenas como referencia e aprendizagem o que adquiriu dentro da unidade prisional, que esteve mantido. Ignorar esta realidade é ingenuidade e, só quem pode preparar esta pessoa para que ela retorne para o mundo sem transgredir é a própria sociedade.
Quando cursos são ministrados nos Presídios, os (a)s reeducando (a)s se dedicam com afinco. Claro que quando os cursos, são artesanatos, há uma imensa dificuldade em adquirir matéria prima para ministrar estes cursos e mais difícil é comercializar os mesmo, pois ainda não existe uma estrutura de escoamento desses artesanatos para o mercado aberto, ficando assim os produtos produzidos de forma artesanal restritos a alguns poucos familiares que, levam a mercadoria para serem comercializadas e assim os valores revertidos em “jumbo” ou seja, compras, para a reeducando (a) ou em dinheiro para a subsistência dos filhos do (a)s mesmo (a)s, sem falar que este tipo de trabalho, também serve para remir pena.
Quando não se tem a família presente, estas mercadorias giram dentro do mercado interno ou seja, os (a)s “sentenciados (a)s” , comercializam entre eles (a)s mesmos (a)s em troca da moeda corrente dentro do sistema, sendo a mais forte, o cigarro.
A luta por um emprego dentro do sistema é grande, a falta de empresários que apostem na mão de obra “entre grades” faz com que as buscas pela ocupação profissional na prisão, se torne um sofrimento. Ter também como opção os trabalhos manuais é essencial e seu maior benefício é evitar a ociosidade.
A importância do trabalho dentro dos estabelecimentos prisionais vai muito além de simplesmente oferecer uma fonte de renda ou a remissão da pena para os (as) internos (as), mas sim, inculcar na pessoa encarcerada, o hábito do trabalho dando condições de fazer com que esta pessoa, saiba "ganhar pouco" e aprenda administrar este "pouco" compreendendo assim, que a dignidade não esta na pose de bens materiais, mas sim na liberdade da consciência, somada com a liberdade física, a do direito de ir e vir.
Outro trabalho muito importante é o incentivo que os Projetos sociais e culturais levam para dentro do sistema.
Estamos meio caminho andado mas ainda falta muito para que de fato a reabilitação aconteça dentro dos sistemas prisionais e a sociedade se conscientize que os problemas e as necessidade, vão muito além do que se imagina ou se opina sobre o assunto, razão pela qual, a participação da comunidades nos Presídios, o voluntariado, seja tão importante.
Assim como exemplo o PROJETO zaP!
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