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Textos_Juridicos-->Crescimento das Mulheres no Mundo do Crime© -- 01/02/2006 - 06:50 (Elizabeth Misciasci) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Crescimento das Mulheres no Mundo do Crime©



Na última década, a população carcerária feminina cresceu descomedidamente. Se estabelecermos um parâmetro comparando em números percentuais, os presídios de mulheres aumentaram para acolherem o número de encarceradas, aproximados 60% a mais que a masculina. Mesmo sendo uma estatística assustadora, as mulheres continuam representando uma parcela muito pequena da população carcerária brasileira- contrariamente do que poderíamos prever. Alguns acreditam até que a crescente participação feminina no mercado de trabalho, nos espaços públicos, enfim, possibilitou também a coragem em meio às oportunidades de cometer crimes, até mesmo como efeito de um menor grau de tolerância do Sistema de Justiça Criminal para com os delitos cometidos pelo sexo feminino.

Este aumento de mulheres presas na última década se deu pelo grande número de mulheres condenadas por posse, uso e tráfico de drogas. O perfil foi mudando, assim como os delitos, crimes que, (nem mesmo poderiam ser caracterizados como tal), por se tratar mais de questões políticas e ideológicas, em função da repressão nos anos 70, levavam muitas, injustamente para os cárceres, o equivalente a 10%. Já no final da década de 80, representavam 28% das condenações e em 2004 passaram a representar 60% do ingresso do sexo feminino nos cárceres. O que nem próximo da metade do ano de 2005, já desperta relevantes preocupações, pois além de haver uma marcha rápida para o aumento de mulheres envolvidas com o mundo do crime, estes também já estão passando para uma outra acusação de participação ativa, ou seja, mulheres atuantes em seqüestros. O fato das mulheres ocuparem posições subalternas ou menos importante na estrutura do tráfico tendo poucos recursos para negociar sua liberdade quando capturadas pela polícia, sem recursos para a contratação de um defensor, contribui para "explicar" parcialmente este aumento e conseqüente mudança. Já os seqüestros e extorsões, eram praticamente crimes inexistentes em sentenças condenatórias femininas, hoje porém, já existem diversas sentenças sendo proferidas em escalas progressivas referentes a estes tipos de crime, que refletem de forma significativa nas condenações com extorsões mediantes a seqüestros.

Um grande parte das mulheres que ingressam no sistema prisional, trazem um histórico de violência sofrida, algumas nos próprios lares, vítimas de maus-tratos ou abuso de drogas (próprio ou de familiares próximos). Obviamente que isso não significa que estas situações possam ser consideradas como totalmente responsáveis pela criminalidade ou diretamente causadoras da entrada no sistema penal, pois fazer tal afirmação, seria ignorar que a maior parte das mulheres vítimas da violência e agressão, assim como das dependentes químicas, estão fora dos presídios.
O que podemos entender é que a prisão, tanto pela privação da liberdade, quanto pelos abusos que ocorrem em seu interior, na maioria das vezes, ocasionados pelas próprias apenadas entre si, constitui mais um elo de uma seqüência de múltiplas violências que acabam delineando a trajetória de uma parte da população feminina. O ciclo da violência, que se iniciava na família e nas instituições para crianças e adolescentes, perpetuava-se no casamento, desdobrava-se na antiga ação tradicional das polícias e se completava nas penitenciárias, nos levando a crer que recomeçaria provavelmente, na vida das futuras egressas (ex-reeducandas).


O Projeto zaP! busca chamar a atenção para a manutenção da população prisional feminina, que por ser muito menor, pequena se comparada à masculina, nunca mereceu uma atenção específica e isso, não falamos nem nos referindo aos órgãos responsáveis, englobamos neste abandono e descaso, a própria comunidade, o voluntariado, alguns Projetos sociais, entidades, que dificilmente se interessam em trabalhar com Mulheres e só com insistente apelo, nos apóiam em algumas necessidades.
Até então, não se percebia pessoas efetivamente preocupadas em compreender os motivos e circunstâncias em que mulheres praticavam crimes, e muito embora nosso empenho seja total, dificilmente encontramos ajuda no sentido de prevenir a criminalidade feminina, ou apoio para manter e ampliar o projeto, que tem por prioridade específica ser direcionado as presas. Esta é uma realidade que o Projeto zaP! esta tentando mudar, pois aos poucos, estamos conseguindo trazer amigos do zaP! para as prisões femininas e pedindo parcerias para as entidades religiosas, no sentido de trazermos mudanças, e ampliarmos para outros estados, pois sabemos que provocamos mudanças estas que comprovadamente contribuem de forma positiva para a reiserção social e o fim da reincidência.

Direitos Autorais da obra reservados a Escritora ®Elizabeth Misciasci e ao Projeto zaP!
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