Usina de Letras
Usina de Letras
17 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63346 )
Cartas ( 21354)
Contos (13304)
Cordel (10362)
Crônicas (22580)
Discursos (3249)
Ensaios - (10719)
Erótico (13598)
Frases (51870)
Humor (20199)
Infantil (5632)
Infanto Juvenil (4973)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141350)
Redação (3362)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2442)
Textos Jurídicos (1968)
Textos Religiosos/Sermões (6370)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Textos_Juridicos-->Mulheres Encarceradas, garantias, trabalho, saúde -- 01/02/2006 - 06:46 (Elizabeth Misciasci) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Mulheres Encarceradas, garantias, trabalho, saúde, trabalho, remuneração.©


Por:- Elizabeth Misciasci

A mulher na condição de presa tem remuneração? Qual o valor?
Sim. UM SALÁRIO MÍNIMO aproximadamente, respeitando assim a CLT, que vem trazendo ainda cada vez mais
uma série de benefícios as unidades prisionais, as internas e principalmente a sociedade.


O sistema garante as mulheres presas a educação, trabalho e saúde?

Na medida do possível, contando com apoio de Fundações, Projetos Sociais, (Como o Projeto zaP)Organizações voltadas ao bem estar social a educação é garantida, no entanto, há uma enorme precariedade em materiais didáticos e falta de incentivo de algumas das internas em participar e usufruir deste direito.

O trabalho, embora sendo de um direito é. principalmente, um forte elemento no processo de ressocialização. Ter não só mulheres trabalhando, mas a população carcerária como um todo é uma possibilidade que só torna-se possível com a implantação de oficinas de trabalhos por empresários, que sabem o quanto a mulher é competente, hábil e rápida no desenvolvimento de tarefas a ela atribuídas, assim também como a mão de obra carcerária masculina, que pela própria necessidade de não permanecer com a mente desocupada, produz com maior rapidez e em grande escala. No entanto, as dificuldades para levar uma empresa para dentro de um presídio é muito grande. Há uma preocupação dos geradores de empregos, quanto a eventuais rebeliões e indisciplinas que podem ocorrer dentro dos centros de detenção, pois o investimento aplicado, pode se perder, se as respectivas empresas não estejam localizadas em áreas de segurança da unidade. Mesmo existindo todo um cuidado com a vigilância e segurança dos administradores das unidades que a possível empresa pretende ser implantada, não é ainda visto de forma convincente pelos profissionais que poderiam ofertar trabalho, razão pela qual, a demanda não comporta a ociosidade. A Saúde é tratada dentro das precárias condições, porém, num País em que a Saúde é vergonha para toda a sociedade, não garantindo o mínimo de dignidade, o que há de se falar em direitos garantidos para mulheres encarceradas...


Qual o maior problema que as mulheres presas enfrentam? De solidão, falta
de trabalho, sevícias, etc.?

A Solidão, o abandono e a falta de trabalho são agravantes conseqüentes que muitas vezes chegam
posteriormente á prisão, se agravando quando esta recebe a sentença penal condenatória. Algumas reeducandas, reclamam de sofrerem sevícias, contudo, a Mulher, normalmente se apresenta discreta para tratar o assunto, assim sendo, como ocorrem, aonde ocorrem e porque ocorrem, são assuntos até hoje NÃO PROVADOS e quando relatados, são de forma amigavelmente pessoal, o que não nos permite trair a ética e o respeito, para passar adiante algo que só poderá servir de especulações para muitos. Principalmente, porque algumas, alegam o medo das represálias. O maior problema enfrentado pela mulher encarcerada é a condição em que ficam seus familiares após a prisão(as que possuem). A separação dos filhos, para a maioria é uma das dificuldades mais complicadas e dolorosas pois o processo de adaptação e superação dos problemas, se mostram irreversíveis.

A falta de trabalho, também afeta de forma problemática, pois muitas dependem da ocupação não só para saírem da ociosidade, mas com uma atividade, adquirem capacitação profissional, ganham remissão de pena e o mais importante e necessário, conseguem oferecer uma pequena fonte de renda para o sustento de sua família.


Qual a perspectiva da mulher na prisão?
Como cada caso REALMENTE é um caso isolado e este acompanhado de um
histórico de vida diferente, o que se tornaria uma irresponsabilidade falar por tantas MULHERES, generalizando-as e esquecendo que dores, sofrimentos e perspectivas, são assuntos de natureza pessoal. No entanto, podemos dizer que pela maioria, existe perpespectivas relacionadas aos familiares, sonham em voltar e recompensar o tempo. As que perderam os
filhos acreditam que conseguirão revê-los. Outras não sabem para onde irão
e se apegam em uma religião para garantir em DEUS um futuro longe das "tentações", há as Escritoras, poetas, cantoras, artistas plásticas, professoras, que colheram dos cárceres experiências que as torturaram, e que certamente não as permitirão transgredir novamente.
A Ressocialização é o MEDO e a REABILITAÇÃO é a VONTADE. Talvez o grande sonho (da maioria que consegue abrir seus corações) é encontrar uma forma de se redimir perante a sociedade e aos seus entes.Sonham em não serem marginalizadas, nem tão pouco rotuladas, porém a realidade é contraria quase sempre.
É lamentável a quantidade de pessoas que em pleno século XXI ignoram a pobreza e o crescente desenvolvido da violência nas ruas, (escolas de muitas) apontam, há os indivíduos que condenam e "recondenam" sem olhar o mal que estão fazendo tirando de um referencial marginalizado, discernimento suficiente para formar opiniões, e direciona-las para outros, como se todas pessoas fossem iguais, tivessem cometido os mesmos delitos e merecem uma eterna punição.

Enquanto houver apenas dedos apontados e mulheres servindo de instrumento, como objeto causador de delito nada adiantara todo o empenho feito pela REABILITAÇÃO, trabalho este que não se faz só, mas sim com pessoas que trabalham nos cárceres pelas Igrejas, pelo Voluntariado e pelas próprias unidades prisionais.
Acreditamos que as perspectivas destas MULHERES é se esforçarem para serem seres humanos melhores, porém, SEM UMA MÃO ESTENDIDA, um pedaço de pão, um D.V.C. MANCHADO, o latente abandono, falta de oportunidades e preconceitos seu lar será eternamente os cárceres... Esta não é a perspectiva destas MULHERES, elas querem e precisam de credibilidade. Agora...quem mais vai dar?
Elizabeth Miciasci.


Direitos Autorais da obra reservados a Autora Elizabeth Misciasci®
Registro de Averbação:- 252.901 Livro 451 Folha -61

Fundação Biblioteca Nacional Ministério da Cultura
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui