Toda a gente consabe que nada adianta em absoluto andar de regador manual aspergindo sobre o molhado. A intenção, tantas vezes aflitivamente concisa - ora então não é deveras útil lançar água limpa em cima da que está poluída? - só colhe o apupo dos perversos e o empurrão dos que militam no espalhafato, colocando mais gordura ainda entre as cascas de banana.
Outrossim, ai daqueles que se deixam enredar entre as malhas que emanam da presunção assente nos pilares da ignorância comum. Não tardará a enrouquecer e a perder a voz por completo.
Assim, quem entregar ao inexorável trabalho do tempo a solução da qual resultam as diversas fontes de água pura que ainda vai sustentando a humanidade, estará tomando a direcção exacta da nesga de oásis que porventura almeje.
Além de todas as cantilenas tácitas que nada resolvem, perante o desabrido arremesso daqueles que se exibem no seu próprio direito e ignoram por completo o direito dos outros, pra esses, só há uma atitude com duas opções: indiferença, se for bastante, ou um tiro, se for insuportável. Quem não tiver pistola e balas, introduza dois decilitros de gasolina numa garrafa de cerveja e vá tendo um isqueiro sempre à mão.
Eu já fiz correr apressadamente alguns, gritando-lhes na peugada de que a seguir levarão com um regador cheio. Nunca mais voltaram a importurnar-me. Porquê?... Relacionaram com efeito prático que no pacífico céu azul também surgem frequentemente infernos em fogo.
António Torre da Guia |