Hoje, no meu banco,
fui personagem de um fato
que me deixou
literalmente puta.
Lido com bancos há um século e conheço todos os trâmites usados na rotina das contas, dos saldos, extratos e todas essas coisas chatinhas, mas, necessariamente saudáveis para nossa auto-estima econômico-afetiva..
Só que na enxurrada de estagiários que se colocam para o atendimento, dispensando assim os funcionários ativos (estes sairiam pelo triplo do valor pago aos novatos).
Não que eu não entenda que uma empresa tem de ver seu próprio rabo rumo ao capitalismo e às possíveis falcatruas já planejadas
Naquele rendoso projeto “caixa de ninguém”, para posteriormente ser repartido entre as partes, não muito interessadas, porém aceitam para não desprezar o amigo.
Foi aí que um desses estagiários, cheirando ainda a banco escolar, resolveu não reconhecer minha rabiscada assinatura. Não porque o indefeso garrancho não combinasse com o cadastro bancário, mas porque, diante de minha “presteza assinatrícia”, o jovenzinho, perplexo, disse:
“Não posso receber seu cheque, pois este risco não é assinatura”.
Diante de meu argumento de que eu assinava assim, talvez, desde um tempo imemorial, antes mesmo de ele haver nascido.
E jovem caixa, mais perplexo ainda, e quase aterrorizado, com aquele garrancho magistral revelado pelo zoom máximo do computador, arregalou os olhos e disse num fio de voz:
”Ah... Agora compreendi. Naquele tempo, então, as assinaturas eram manuscritas.; por isso
parecem tão estranhas”.
O que ele quis dizer?
Juro que não alcancei. Mas me parece que, como estagiário de banco, ele já aprendeu a “sofismar direitinho...”