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Textos_Juridicos-->Nomeado juiz, empossado Deus - de Flávio Aragão Ximenes -- 22/03/2005 - 06:19 (Michel Pinheiro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Nomeado juiz, empossado Deus



FLÁVIO ARAGÃO XIMENES, Advogado e presidente do Instituto da Cidadania


Publicado no Diário do Nordeste, dia 22 de março de 2005



A sociedade tombou banhada de sangue estarrecida com a surpresa de ter sido alvejada pela Justiça que impiedosamente disparou-lhe um tiro à queima-roupa. A constatação inicial da pobre vítima, mesmo que equivocada, uma vez que é fruto de uma primeira impressão precipitada, haja vista que nem tudo que pensamos ser é: remete-nos a um campo vasto de questionamentos. Não podemos pecar em generalizar casos específicos e entender que sempre a parte é idêntica ao todo. Devemos distinguir profissionais do direito do Direito: devemos distinguir operadores da justiça da Justiça.

Assistimos perplexos a juízes que são nomeados como magistrados, mas efetivamente tomam posse como deuses, consideravelmente distanciados do mundo real, encastelados nos seus confortáveis gabinetes climatizados e imunes a sentimentos próprios de nós, pobres humanos. Esquecem porém, esses falsos deuses que mesmo com a onipotência e o privilégio inebriante de sempre ter razão, peculiar das divindades: falta-lhes a humildade, a franqueza, a serenidade, a bondade, a simplicidade, e principalmente o amor que deve nortear todas as ações praticadas pelos seres considerados divinos, que mesmo distanciados pela sua perfeição possuem um compromisso ético com suas consciências.

Suplicamos à verdadeira Justiça que ajude-nos a diferenciar a parte, do todo: auxilie-nos a distinguir os verdadeiros instrumentos da justiça (juízes verdadeiramente preocupados em saciar a sede de justiça desta grande vítima que é a sociedade) daqueles que preocupam-se apenas em vestir-se de cordeiros quando na verdade são lobos agindo inescrupulosamente com o objetivo de ingressarem no templo da Justiça e, ardilosamente disfarçados, atingirem a frágil sociedade que constantemente é golpeada nas costas sem possuir sequer o privilégio ou, porque não dizer, a sorte de ter tido a oportunidade de algum tipo de registro de tal violência, que possibilite o conhecimento por parte do grande público.

A prepotência, grosseira vaidade e a exagerada soberba devem ser banidas da honrada toga e compete a nós, que integramos a sociedade, auxiliarmos a Justiça neste processo necessário de purificação, por tratar-se de um dever de cidadania que não pode ser esquecido, sob pena de vivermos eternamente na sombra do medo e abraçados com a insegurança.

Assim devemos, novamente enquanto vítima, nos erguer e lembrarmos de que Jacques Charpentier há quase quarenta anos defendeu: ´devemos sonhar com o juiz do futuro: cavalheiro - hábil para sondar o coração humano, enamorado da ciência e da justiça, ao mesmo tempo que insensível às vaidades do cargo.; arguto para descobrir as espertezas dos poderosos do dinheiro.; informado do mundo moderno, no ritmo desta era, onde as distâncias se apagam e as fronteiras se destroem, onde enfim, as distâncias entre os homens serão simples e amargas lembranças do passado´. Por fim, clama a sociedade, ainda banhada de sangue, que a Justiça pratique justiça.


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Comentário de Michel Pinheiro:
Peço espaço para destacar que, como juiz desde 1992, nunca assumi postura arrogante no exercício da função de juiz. Minha formação de vida pode ser checada por qualquer pessoa do povo. Abro minha vida e indico o mínimo de dez testemunhas para este fim. E acredito que expressiva maioria é sensível e atua com respeito às pessoas.



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