Publicado no jornal Diário do Nordeste, dia 21 de março de 2005.
Publicado no jornal Gazeta do Centro-Oeste (de Crateus - Ceará), dia 31 de março de 2005.
A corrupção apresenta-se como um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento da nação brasileira, chegando com força nos corredores dos Poderes - incluindo aí o Judiciário, que acreditamos ser em focos diminutos. Então, surge dilema: como acreditar em pessoas que sofrem acusações de corrupção? O ministro aposentado Maurício Corrêa – ex-presidente do Supremo Tribunal Federal – publicou artigo no ‘‘Correio Brasiliense’’ destacando expressamente que há irregularidades no Judiciário.; que há juízes preguiçosos, que não gostam de trabalhar.; que há magistrados que, por não gostarem da parte ou do advogado, retardam, ou, às vezes, nem julgam a causa.; ou que julgam com parcialidade.
Declarou ainda que eles são deformadores da condição humana. Corrêa critica a criação do Conselho Nacional de Justiça por entender que ele não resolverá os problemas de desvios éticos do Judiciário. Dito isto, cabe indagar: a sociedade tem outra alternativa para ver exterminada a corrupção no serviço público? Ora, se cabe ao Judiciário punir quem surrupia o dinheiro público, inclusive nos Poderes Executivo e Legislativo, a corrupção entre juízes causa desespero geral por tornar vulnerável o “sistema de controle” da República, pois não tem havido exemplar resposta para os casos revelados.
Assim, como dar credibilidade a um Poder que não apura seus pecados nem pune os pecadores? Isto faz voltar às palavras do ex-ministro sobre o funcionamento da Justiça, quando a população, descrente, passa a generalizar e pensar que tudo não funciona porque o advogado foi comprado, o juiz é ladrão, o tribunal é corrupto e o promotor não presta. Um amigo espirituoso disse-me, certa vez, que credibilidade é como virgindade, pois só se perde uma vez. Por fim, uma frase que merece a preocupação dos juízes: “confiança não pega solda”.