Texto publicado no jornal O POVO - seção Jornal do Leitor - dia 7 de novembro de 2004.
Senhor,
A vida, por vossa intersecção, reservou-me a missão de julgar os atos e direitos dos homens, meus semelhantes.
Fez-me instrumento de teu poder para limitar os excessos dos poderosos.
Deu-me a obrigação de dizer somente a verdade e agir sempre em busca da afirmação dela.
Assim, Mestre, reconheço minhas fraquezas para pedir em humildade.
Fazei que eu sempre busque a paz, entendendo esta como a consciência tranqüila resultante da luta incessante pelo que é absolutamente correto.
Fazei que eu nunca aceite a corrupção como algo a ser incorporado à minha alma.
Fazei que eu não me perca na prática de fazer e receber favores capazes de contaminar minha imparcialidade.
Fazei que eu cumpra a Constituição Federal e as Leis, mesmo que sofra conseqüências.
Fazei com que eu permaneça sempre cônscio de que devo fazer o melhor em minha função, dada minha condição de servidor público centrada da arrecadação dos impostos pagos pela sociedade.
Fazei com que eu sempre permaneça indignado com os erros da humanidade e nunca deixe de postular meios para corrigi-los.
Fazei que eu não pereça ao excesso de prudência, nem ao excesso de ímpeto.; aquela, por limitar a capacidade do homem de construir uma sociedade melhor.; esta, porque pode comprometer o que necessita paciência.
Fazei com que a coragem de agir seja minha razão de existir.
Fazei que eu nunca perca a esperança de ver os juízes livres para pensar e falar, abrindo mão de toda a vaidade e sem medo de buscar incondicionalmente a verdade.