Faz tempo que o Passeio Público, no Centro Histórico do Rio, não é mais público. Localizado há apenas um quarteirão do Quartel General da Polícia Militar, nada impede às ações dos ladrões aos transeuntes e aos bustos seculares. O descaso e o abandono com o primeiro Jardim Público do país, datado do séc. XVIII, faz com que venha a ser alvo de bandidos e isto,desde o fim dos anos 80, quando começaram os furtos das peças de bronze, uma delas a de Castro Alves.
As peças roubadas foram recuperadas em antiquários e até mesmo circulando queimadas e bronzeadas no sol do Rio. Vestidas em trajes despojados de censuras, nas mãos de camelôs.
As obras para recuperação e restauração do Passeio, estão para começar há um ano e foram avaliadas em r$1,4 bilhões pela construtora encarregada do trabalho e até agora, nada de nada.
A ousadia dos gatunos torna cada vez mais inquientante nossos sonhos de segurança na cidade maravilhosa. A ação dos bandidos levando dois bustos de 120kg é de deixar perplexo até o mais esperto cidadão carioca: Encostaram o carro, renderam o vigia e levaram assim, como se leva um cacho de bananas, há poucos metros do QG, nada mais nada menos que, Mestre Valentim e a escritora Júlia Lopes de Almeida.
O busto do Mestre Valentim – um dos mais importantes escultores do período colonial brasileiro e idealizador do Jardim - data de 1913 e foi feito pelo escultor Joaquim Moreira Junior -, era a única peça em que o autor é retratado.
O mais incrível é deixar um local que possui bustos avaliados em cerca de r$200 mil e com tantos marginais à solta passeando em pleno Passeio, tenha sua segurança feita por apenas um vigia da construtora. É um grande descaso com o nosso patrimônio histórico cultural e não me assusta em nada se Tio Sam resolver em sua “Cúpula Extraordinária das Américas”, resolver que não sabemos combater nada de coisa nenhuma e estipular um prazo para a salvação do nossos problemas político-social-econômico.
Com tanto que se é adiada as obras urgentes em nosso país e todos os tantos outros problemas que carregamos incorruptíveis, é bem provável que ele queira também aproveitar e salvar nossa Amazônia e nosso micos dourados, à prazo.
Como somos péssimos pagadores, empreendedores e vivemos à modo dos tapa-buracos (tira dali e enfia lá) meu medo se resume em: Bye Bye Brasil.
