Quem porventura bem ouve falar ou bem lê, através dos medievos escritos históricos, consabe que os cruzados, com armação de guerra até aos dentes para imporem a submissão cristã aos indígenas das terras que saqueavam, matavam e esfolavam sem dó nem piedade quantos não obedecessem aos religiosos ditames e interesses da civização cristã programada por Roma.
Hodiernamente também se consabe que existem exemplares com os mesmos ímpetos e tendências, embora a fórmula actual em perversidade, pondo de parte a mortandade e o sangue, exerça requintadas habilidades para se impor aos que não vão ainda na pretendida direcção.
Parece-me que aqui na Usina exista também um ou outro apaniguado dos famigerados e ancestrais tempos que não aceita a diversidade de crenças sejam elas quais forem e como forem...
Este facto, sendo em apreço bastante sério e delicado, considerando a liberdade de pensamento que existe e decorre em 2003, sendo outrossim preocupante, dá mesmo vontade de rir. Por estas e outras da mesma igualha é que a humanidade, apesar do desenvolvimento e progresso de que dispõe, tarda em encontrar a fórmula ideal para existir em efectiva paz e lograr quanto possível a felicidade para o maior número de indivíduos.
Os "em nome de", de uma ponta a outra, cedo ou tarde, terão de acabar. A pessoa só pela assunção plena da responsabilidade sobre si e em seu exclusivo nome é que poderá dar satisfatória resposta ao colectivo tanto quanto possível exacto.
Entretanto e até lá, é o que se vê, é o que se sente e o resultado está a léguas de alcançar o ponto optimizado. Que pena e que lamentável é, mas é ainda.
António Torre da Guia |