O Deputado Federal cearense Léo Alcântara fez discurso na Câmara
dos Deputados em agosto do ano passado sobre a participação dos jovens nas
eleições. Naquela oportunidade lembrava que "convém, na medida do possível,
canalizar parte da energia natural dos adolescentes para os assuntos
institucionais da política nacional. Aí, essa energia será certamente melhor
aproveitada pela sociedade, pois o debate político, por pior que seja, ainda
é mais produtivo que as atividades exercidas pelas torcidas organizadas de
futebol, por exemplo".
Completou dizendo: "Tendo em vista nosso interesse em estarmos em sintonia
com os rumos futuros deste País, precisamos, desde já, e sempre, incitar a
presença dos jovens, nesta e nas próximas eleições. Eles devem apontar os
candidatos capazes de atenderem a suas aspirações por um mundo mais ético.
Tais candidatos, desde que consigam suprir as expectativas que os elegeram,
destinam-se a desfrutar uma vida política mais longa, visto que seus
eleitores ainda terão muitas eleições pela frente." Arremata sustentando:
"Caso os jovens empenhassem mais de seu tempo em atividades políticas
exercidas de forma democrática e transparente, o Brasil estaria criando
quadros mais capacitados para que, no futuro, a imagem dos Três Poderes não
fosse tão enlameada como no presente. Tenho a honra de ser um dos políticos
mais jovens desta Casa, e sei de muitos outros, até mais jovens do que eu,
envolvidos com a militância política nas escolas, universidades, ambiente de
trabalho, na família ou nas ruas. Essa atividade é indispensável, mas deve
ser complementada pela política institucional.; e essa, não dispensa o ato de
votar."
O certo é que há visível frustração entre os jovens juízes do Brasil quando
vivenciaram a queda de medidas democráticas na aprovação da emenda que traça
mudanças no Judiciário Nacional. Queríamos apenas votar e não sermos
votados. O Deputado Léo Alcântara, que fazia parte da comissão da reforma do
Judiciário, é jovem e ouviu os juízes jovens, pois um grupo deles o
procurou, também participando da reunião o Senador Lúcio Alcântara. A
intenção era convencê-los de que a democratização interna do Poder
Judiciário era forma salutar de acabar com os vícios dos tribunais, fechados
em verdadeiras aristocracias. Pena que fomos vencidos, pois prevaleceu a
força dos colegiados quando rechaçada foi a idéia de eleição da presidência
dos tribunais com a participação dos juízes. É pacífico que não há argumento
contra a democracia. Teremos de aguardar que o POVO escolha outros deputados
jovens para promover nova ação democratizante. Nada fez o Deputado Léo pela
nossa idéia. O futuro escreverá a História.
