Este ano teremos eleição na Ordem dos Advogados do Brasil do nosso estado. Historicamente, tem a OAB se revelado na defesa de predicativos da democracia, procurando atuar na vanguarda das atitudes. Deve ser intransigente no combate à corrupção em todos os seguimentos do serviço público, ou negará sentido à sua existência. A renovação da direção tem sido discutida. A eleição propicia espaço para inteligentes debates, em que as opiniões se aprofundam e os interessados se revelam. Decepções são verificadas quando promessas não são cumpridas, cedendo espaço para outros candidatos abrirem suas mentes e seus corações, com propostas infestadas no discurso moralizador. No entanto, importa repensar as mudanças que ora vivenciamos. É cediço que a democracia se perpetua na pluralidade de opiniões e na renovação dos discursos, além do respeito às posições contrárias. Mas só a abertura para novas idéias, novos conceitos, novas pessoas é capaz de oxigenar as instituições. E aí entra a força jovem – não necessariamente na idade – destacando-se na concepção de modernizar os conceitos. A juventude não é um mal em si, ao contrário, traz jungida a ela idéia de entusiasmo, do ímpeto, da ousadia, da coragem, do amor às boas causas, imprescindíveis aos processos mudancistas. Para ilustrar, temos os casos da OAB do Rio de Janeiro, de Santa Catarina e de Pernambuco, ora dirigidas por presidentes jovens que, responsáveis nas atitudes, geram confiança. Além do mais, penso que advogado que pretende ser membro de tribunal em vaga do quinto constitucional não deveria ser candidato a presidente da OAB, pois esta função condiz com independência. O processo de escolha para o quinto acaba por retirar a isenção de advogado que preside a Ordem, vez que há muitos interesses que se conflitam por incompatibilidades. Esperemos, pois.