"Eu e eu, eis a questão."
Quando me vejo, fico a perguntar se todas as coisas que existem na vida são válidas ... sem mim.
Que seria do mundo inteiro sem a minha presença? Entre milhões, bilhões de pessoas, eu faço a diferença.
Minha família perderia muito se eu não tivesse nascido. A sociedade só tem a ganhar com o meu brilhantismo.
Quem são os outros? Pedaços de algo... coisas sem o mínimo valor, a mera expressão da insignificância. Eu sou tudo. O fruto de meu menor pensamento é verdadeira jóia rara sendo esmagada pela mediocridade da multidão! Tanta gente ... e a capacidade extrema só reside aqui. Esta sim, é a que chamo de lógica mais coerente que existe.
Se olho um quadro, me vejo dentro da melhor parte. O refrão da música fala de meu íntimo, minha pessoalidade; se leio um livro, acho que me exalta, que me enfatiza em seus textos. Qualquer ... trabalho... eu faria bem melhor!
Tanta gente ... e a excelência está aqui.
A obra-prima está abrigada em meu peito. Não me falta nada, sou completo(a).
Por que precisaria dos outros?
A autosuficiência e plenitude me seguem, me acompanham passo a passo.
Mas falta algo: não me lembro o que é... Ah! Já sei! Agora, olhando-me no espelho ... é que hoje estou mais lindo (a) do que ontem !