Vocês lembram. A Roseana Sarney arranjou a maior confusão. E abriram um processo para verificar seu provável envolvimento na questão da Sudam, que envolveu a liberação, para terceiros, da importância de R$44 milhões de reais, a título de empréstimos; e que teria sido desviada dos fins a que se destinava. Depois, cumprindo determinação judicial, a Polícia Federal esteve no seu escritório, e de seu marido Murad, no Maranhão, onde encontrou R$1,34 milhão de reais. Questionada a respeito, a então candidata e seu marido apresentaram cerca de oito versões para a origem daquela importância. E até hoje, ninguém sabe, ninguém, viu. A candidata, no lugar de procurar apresentar sua defesa, num processo que corre contra ela, primeiro alegou segredo de Justiça, depois fez de tudo para impedir o esclarecimento do caso e, por fim, atacou o governo, dizendo que se tratava de perseguição política. Pressionada pelo seu partido, o PFL, abandonou sua candidatura. E deixou o governo do Maranhão. E pretende ser Senadora.
E o PFL foi na sua conversa. Defendeu seus interesses até onde pode. Depois de receber muitas benesses do governo, resolveu, agora, dar uma de animal ferido, da canção de Roberto Carlos, se não me falha a memória, e prometeu vingança. E resolveu obstruir a pauta do Congresso. Impedindo e atrasando a votação para a prorrogação da CPMF, projeto que apoiara com tanta garra, no tempo que era aliado do governo. Nem se preocupou com os eventuais prejuízos que a medida poderia, diretamente, causar aos planos do governo, e indiretamente, à população.
Por conta disso, o governo resolveu compensar o que ele chama de prejuízo com a falta de arrecadação do CPMF, efetuando cortes no orçamento no valor de R$5,3 bilhões. E de onde serão retirados esses recursos?
Dos investimentos em obras e serviços, que ficarão 67% menor do que o previsto na versão original, que era de R$17,7 bilhões. Desse modo, os recursos destinados ao Fundo de Combate à Pobreza, ficarão diminuídos em R$1 bilhão de reais. As ações previstas no programa Avança, Brasil, perdem cerca de R$2,3 bilhões de reais. E por aí vai.
E quem vai pagar a conta? Advinha! Mais uma vez, olha nós aqui de novo. O povo brasileiro. Inclusive os que elegeram a turma do PFL. Melhor faria o governo se sustasse toda a verba já destinada aos parlamentares, para atender aos reclamos de suas bases eleitorais. Só assim, os parlamentares, de modo geral, poderiam sentir na própria carne, o peso da irresponsabilidade.
Ao meu ver, estamos diante de mais uma modalidade de crime hediondo. Sem direito a fiança. E com direito à prisão perpétua. Quem sabe em quem vai votar, e se for o caso, ainda dá tempo para trocar o voto. E quem ainda não sabia em quem votar, seja para deputado, senador, governador ou outro cargo qualquer, agora já está sabendo.
É sacar do voto e dar o tiro certeiro. Na mosca da insensatez.