Provo da paz como há muito não o fazia. Sinto-me mais calma e tranqüila. A serenidade alcança-me em um momento especial. Não mais sofro por amar, nem maldigo o destino; aceito as coisas como elas são e, engraçado, continua vivo em mim meu amor. Assumiu, talvez, uma forma diferente. Não permito que minha impulsividade estrague este momento. Sou feliz. Posso amar de muitas formas: como irmã, como amante, como amiga. Consegui deter (por quanto tempo não sei) a violência e o ímpeto que me caracterizam. Transmuto minha paixão em um sentimento leve, gostoso. Aprendi a dominar a avalanche de pensamentos que me conduziam ao fundo do poço. Gostaria fosse eterna esta nova visão que alcancei. No entanto, conhecendo-me, sei que anda rápido meu pensamento e mais veloz, ainda, a capacidade camaleônica de alternar personalidades. Que a atual dure o maior tempo possível - desejo do fundo desse coração abatido, mas sempre revigorado. Pela primeira vez, em tanto tempo, estou em paz comigo. Sem culpas. Sem frustrações.
15/02/03
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