São Tantas Coisas Miúdas
(por Domingos Oliveira Medeiros)
Que o ex-Presidente do Senado, Sr. Jader Barbalho, não era nenhum santo, todos sabíamos. Entretanto, sempre achei exagerado o comportamento da imprensa, de modo geral, quando escolhe, determinado assunto, como sendo “a bola da vez”.
Não se falava mais em outro assunto, lembram-se? No caso do juíz Nicolau,; os anões do orçamento; os ladrões do INS o caso do Cacciolla, do banco Fonte Cidam; e tantas outras trapalhadas que foram, durante muito tempo, encenadas e demonstradas, exaustivamente, l pela mídia, de modo geral, enquanto produziam audiências.
Depois veio a novela Jader Barbalho, que entrou no ar logo após o término da dramática encenação passada no Senado, intitulada: o inviolável painel eletrônico. Tudo esquecido. Salvaram-se todos. Num passe de mágica.
Na verdade, o brasileiro não tem memória curta. A questão é que são muitos os escândalos, que entram e saem das páginas dos jornais, com a mesma rapidez com que se muda de camisa. E desse modo são esquecidos pela mídia; e, por via de conseqüência, por nós todos.
Por isso, sugiro que se crie um painel de informações, a ser colocado em local público, bem visível (Nas Rodoviárias, por exemplo) e do qual constem, entre outros itens, o nome do escândalo, o andamento do processo ou do inquérito, quanto foi roubado dos cofres públicos, (com atualização diária desse valor), quanto foi resgatado, quais as pessoas envolvidas, quantas foram punidas e o que está fazendo o governo para que tais fatos não mais se repitam.
Só desse modo, a população terá condições de acompanhar o desenvolvimento e o andamento dos mesmos. Ou, quando menos, ficar sabendo: quais se tornaram pizzas, com sobremesa de marmelada, parafraseando Boris Casoi (?), e quais .......bem, acho que não tem outros “quais”. Nem outras alternativas de resultados; pelo menos até agora.
Parece até o roteiro de um certo programa de televisão, que fez sucesso durante muito tempo, segundo o qual , e no final de cada história, o telespectador era convidado a decidir qual seria o seu final. .
Nem eu nem você poderíamos decidir. Não vale à pena ver de novo. Pois, na verdade, programas deste tipo, repetem-se , toda semana. A ponto de ninguém mais lembrar-se do penúltimo.
Do mesmo modo que os escândalos. Que acontecem no país, pelo menos, todo mês. E às vezes com o mesmo ator ou atriz. Para que o povo decida a respeito. Mas o tempo é curto. Surgem outros escândalos. A mídia muda de história. E assim não há memória que resista.