Primeiramente, quero parabenizar a escritora Janete pela escolha do filme que tem um enredo e uma essência muito questionável, explorável e desvendadora!
Realmente, o autor colocou um tema muito polêmico como "o adultério" num plano possível de ser considerado "como uma sublime história de amor".
A senhora jovem casada encarna uma personagem solitária, que não é verdadeiramente valorizada pelos filhos e nem pelo marido, mas é amada... do modo deles: com acentuada indiferença. Um exemplo disso é a cena da mesa, nas refeições: ninguém lhe dá atenção, ninguém conversa com ela, o que a torna uma criatura carente e solitária...
Nem sempre ser sozinha significa "sofrer de solidão". Mas ela ficava só e sofria de solidão física, psicológica e emocional. E isso se percebe claramente no filme: uma mulher excessivamente sensível e cheia de amor pra dar, ansiosa de ser feliz. Ele, um homem só em busca da felicidade. Não deu outra coisa. Os anseios, os problemas e o sofrimento de Francesca fizeram de Robert a sua alma gêmea. Ela foi feliz com ele.
Mas os valores que ainda carregava consigo, não a deixaram decidir-se pela felicidade e sim, pelo que achava racional, ético, moral e conservador.
E, acima de tudo, ela era dessas pessoas que se contentam com pouco; podia ser feliz, sim, só por um momento! Era o suficiente para viver a vida toda. Existem pessoas assim: que se alimentam de lembranças para poder continuar vivendo!
Isso tudo impediu que a história tivesse o desfecho certo. Não precisava ficar a nível de um adultério passado. ELA PODIA TER DECIDIDO PELO AMOR E SE CASADO COM ROBERT!