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Poesias-->Pedra de Dois -- 07/12/2004 - 09:02 (José Ernesto Kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Parto em dois,

como argilas se dobrando.

Parto em dois,

como estrelas

se esfarelando.

Parto em dois, como

uma pão que se divide

com os mendigos.

Se sou agora é porque nem

sempre fui.

Se não, estou tentando ser.

Mas porque querem me levar?

Nada mais importante do que

você se pertencer e não

pertencer a nada. Ser meio-dono,

e de nada possuir.

Se faina, é pesada a carga,

se pesa, arqueja, como

monges envelhecidos.

Se procura na noite

encontra

silêncio

e coisas suspeitas.

Não posso me perdoar por não ser,

se o fizesse estaria traindo a

alguém, que não sei quem seja

nem porque está lá sentada,

me observando arguta. Fixa,

imóvel, mas com olhos penetrantes e

fundos.

Talvez ela queira me dizer algo.

Talvez eu não queira ouvir nada.

Mas a figura estranha continua a

me perseguir. Seus olhos azuis

são nesgas do meu passado,

seu corpo envelhecido

são sombras da juventude perdida.

E ai, me rendo, como um bom soldado,

que de guerras não quer saber -

a ela dou a mão

e partimos juntos.

Ela era a morte,

eu era vida.

Agora somos dois mortos

prontos para uma nova vida.

E prá dizer que isso acontece

a cada segundo, me amedronta

dos pés à cabeça.

Se sou fruto do mundo, estou atado

aos que me perseguem e um dia,

assolam na vida e não

descansam até tirar de mim

a força que, já escassa, em mim.

como pedras prontas a se

romperem em estilhaços,

que acabam sobrevivendo como

estrelas do milagre.

Ou anjos de guarda.

Tudo muito longe,

tudo muito arguto de

compreender.

Sou fruto da vida

e chegou a hora da

colheita!



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