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Poesias-->Até Hoje Estou Lá -- 07/12/2004 - 08:19 (José Ernesto Kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sem muitas formas,

Sem decência

E sem

Postura,

O Produto de Primeira,

Bebe vinho

Na barra de seda

Da saia dela.



O Produto,

Ora à vida,

Sem crisna,

Quer Ter bons sonhos,

Beija santos

E teme os oráculos da morte,

Mas toma vinho na

Barra de seda branca

Da saia dela.



Marie se divide em

Quatro boas partes:

A parte dela

A parte do amor dela,

A parte que reparte o amor

Menos para a Primazia que não é.



Ela faz divisão meio descrente –

Com barro preto

E cinza de fuligem –

Do puro amor

Que reza fardos

Debaixo da barra de vestido

Dela.



A Primazia que sou eu,

Ela numera

De 1 a dez

Entre 13 e 15h

Faz raiz quadrada e

Diz desmedida:

Primazias pro bar!



Ela usa colete de marfim,

Têm olhos blindados de azul

Tem corpo de frutas

E espaira no ar um certo encanto

Que só de anjos tem dez apoios,

Dez proteções.



E um santo grande que guarda

Sua porta de cedro eslavo.



Mas de bom que sou,

Produto de Primeira,

De lá não saio e bebo vinho,

Debaixo da barra de cetim branco

Do vestido dela.



Batalha em campo

Nobre:

De um lado mil vestais

E de cá – me desculpem –

Só o Produto

De armaduras de vidro

E com um grande jardim

De esporas de ouro

Montado no primeiro cavalo

Do reino – posto em praça

pública – de puro cimento

E imóvel feito louco missionário.



Bom Produto sou eu!

Catalogado de Primazia,

Sempre na ante-fila,

Rodeado de aspargos

E doces espíritos.



E lá chamam:

Lá vai o vintém-suicida,

Lá vai o trem de brinquedo,

Lá vai o de infância sem terra,

Lá vai o sonho derretido...



Mas eu, Primazia de Carmona,

Só ligo, ligo mesmo,

Quando, bebendo

vinho,

Me tiram debaixo da

Saia dela

De cetim puro.



Na hora da busca,

Gritam logo:

Lá vai o Produto de Primeira!



Corro do aprendizado

Pois sei

E creio nos homens,

Que eles matam os que

Nascem e matam mais os

Que mal morreram.



Mas a mim, não,

Debaixo da saia de Marie,

Só bebo vinho doce

E me acalento em sua saia.



E que declarem a Primazia de Carmona,

O segundo,

Por uma razão de amor:

sensibilidade à parte,

sou dono da primeira noite e

da primeira dor.





Em 1941 – época de Mary Quant -

Estava eu de sobretudo marrom,

Boina preta

E cachecol de meia-cor,

À espera do primeiro amor,



Quando um homem de aparência

Rude e exemplar,

Me cercou de santa complascência,

Soltou cinzas entre os dentes,

E do bolso puxou uma arma

Que até santo temia.



E disse, bondoso como

Uma pluma.

-Seu Produto de Primeira

Palha seca, busca-pé sem pólvora,

Padaria sem pão,

Empório sem aguardente,

Larga Marie

Larga, senão morre.



E eu temeroso em perder

A pouca vida

Corri pra barra da saia dela

E até hoje lá estou:



Bebendo vinho!

Bebendo vinho bem debaixo

Do vestido dela.

Como um Produto

De Primeira,

Como uma Primazia de Carmona.



E que inveja têm os

homens do poder

em saber que eu,

Produto de Primeira,

busca-pé sem pólvora,

Sou a Primazia de Carmona.
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