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| Poesias-->As Viras do Porto -- 07/12/2004 - 08:05 (José Ernesto Kappel) |
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Porto, 23 de agosto de 1928
Quando a puberdade aportou
lá pelas
trinta horas
de vida
e
nenhuma de humanidade,
só pensávamos
em três coisas
básicas
que de frutos,
não tinha nada:
Não fazer nada,
procurar o que fazer,
e quando achar, não fazer.
Era 1920,
a terra ainda girava
de cabeça
pra baixo.;
não era igual a hoje
que mal tem forças
para girar.
Para nós, de tenra idade,
só tínhamos medo da
morte - porque era um apagão
de verdade.;
tanto que nossos professores
iam um a um!
E depois da lágrimas:
coca-cola,rum
abacaxi, um rabo de
saia
e um sorvete de melão.
Big Bands animavam nossos
pés e lavavam nossa
alma
pois o mundo começava
na porta de casa
e terminava na porta
de outra.
Amigos à parte,
Tínhamos como parceiros, a natureza,
o sol e a terra,
tínhamos o sobretudo de
inverno
e uma rala
camisa de verão.
Bem, isso tudo pra
contar que
morreu ontem
John Wayne!
Choramos no quarto,
beijamos nossas namoradas
e juramos que igual a ele
nunca mais.
Nosso mundo havia acabado
com direito a pano de
seda,
cor carmim,
um corrimão perdido
no espaço
e uma abóboda de luz
tão grandiosa como o sol
que anunciava que alguma coisa
estava mudando.
Que o xerife de nossa vida
seria a gente mesmo.
Mas, antes, e para sempre,
adeus aos amigos que
não tivevemos
a mulher que nos trocou
por outro,
do roubo que fomos acusados,
do avô particular que morreu
do padastro consistente
de duas mulheres.
Adeus.
A luz imensa que nos tomava
era o anúncio da grande vida
e a chegada da perene realidade.
Jonh Wayne – nunca mais,
Big Bands silenciosas.;
Gleen Miller nunca mais.
- Agora só torrada e café!
Passariam a tocar nosso futuro
Que a bem da verdade continuaria o mesmo:
Não fazer nada.;
Procurar o que fazer
E quando alguma achar pra fazer,
Não fazer nada. |
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