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Poesias-->Pobre Carmim -- 07/12/2004 - 05:10 (José Ernesto Kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Dias

Dia do amor sem fim.

Mas da minha paciência, não largo.

Sou ainda homem de duas farpas:

um prá pensar e

outra prá atiçar!

Bom-dia, digo a todos,

acordei de bom grado!

De um lado a cerviçal de

outro uma mulher feito espiral!

Bom-dia para todos

hoje é dia dos amores de confins

e dos diabos afins!

Não largo delas,

nem por acaso,

nem por pura reza!

Hoje é dia de festa no meu corpo

como tal!

Se vivo dele,

porque não um dia,somente um dia,

dar um pouco de alegria e motivo

para viver - coisa que ninguém entende -

e, eu, mal quero supor!

e crer

que amanhã é outro dia

e, com certeza,

pouca coisa vou me meter!



Empório

Na mala guardo retratos velhos e até dela,

tem uma floresta encantada - onde nunca pus os

pés, com medo de nela me encontrar!

tem um lindo pôr-de-sol - que não ouso olhar,

tem uma morna e linda lua de outono

que guardo para os dias quentes de verão.

Sou homem que prezo a minha mala,

Pois nela parte de minha vida!

e levo minha vida prá lá e prá cá.

Sem vergonha de errar.

Pois se minha vida numa mala cabe

Duvido que em sua bolsa não sobre!



Prezo

Prezo muitos as coisas que tenho,

Mas não sei rezar por elas!



Sou todo familiar: não frequento casas

de alegria, nem de azar.;

não jogo, não fumo, bebo bem a vontade,

e moro sozinho, com minha barca,

numa quartinho bem iluminado.

Sou velho de nasceça

e vivo por mero acaso.

Pois se me chamrem eu vou.

Tem vista linda do quebra-mar

tem até mulher nadando no alto mar.

Sou correto e ordeiro

Gosto de música e de uma cadeira

A música levanta os amores

e a cadeira sonolenta,

é de um ranger, tal e bastante,

horroroso.

Prezo as coisas que tenho

mas não sigo mais procissão por elas!



Guerra

No armário guardo objeto muito pessoais:

um alambrando com arames pontudos,

uma cerca fincadas em paus tortos,

uma escada para descer,

uma porta semi aberta

e um bocado de vento .

Só guardo o vento prá ventilar!

O resto fica lá, se precisar.

Sou homem de guardar.

Guardo pregos e zapatas

ordem e desordem

caos e fibras aladas.;

guardo pão e melado

guardo meu ancião de uma porta

senão ele foge

prá guerra dos homens

ser horta no intervalo

das batalhas

sem lógica e ramalhos!



Saias

Quero ir é muito mais,

do que simples partir,

também quero voltar!

Não quero ficar parado

igual a uma gazela atada.

Quero ter igualdade ao andar

quero ter sumidade ao amar.;

mas quero ir prá ela

sem nunca mais voltar.

Porque simples é o partir

complexo é o chegar.

Porque você não sabe o

que vai encontrar do lado de lá

das saias dela!



Guerras

Sou homem de duas arcas:

uma prá ir, outra prá voltar.

Hoje é dia de ir - e preparo a mala!

Quando é dia de voltar

lá vou eu e

outra vez preparo as asas.

Sou intempérie no sentir

avesso ao perder

sentido ao possuir

imperdoável

ao tentar amar.

Por isso

sou homem agora de duas arcas

- viajante inesperado das estrelas -,

sempre indo e voltando

prá não chegar a lugar nenhum.

Se é dia defesta, fico

se transformam em morte

pego a arca e me vou.

Prá qualquer lado que der tilha.

E como o mundo está cheio delas

vou para qualquer lugar.

Até amar já fui de arcas de levar!



Água de Beber

Se nas folhagens que rebatem o

outono encontrar comigo, diga alô.

Simples de falar, complexo de entender.

Se sou um em vários,

Sou todos num só.

Difícil fica de explicar o que não existe.

E se existiu já se foi.

Nada mais puro que água de beber.

Mas o barril chaveado de madeira

reluzente e arcos iluminados,

foi feito para guardar a dor e o vinho.

E nele mergulho a solidão de

quatro dias,quatro noites

e anos e anos de escolha

entre a paz e a seriedade.

Entre ir ou não.

Fincar juncos ou espairecer.

Se vou vou à pé,

como numa procissão arredia.

Vou, mais com sezo.

Vou atrás da saia dela,

de meio metro de cetim.

E se um dia eu me encontrar

prometo diante deste barril

de puro vinho e discórdia:

bebo ele como água, e tomo você

dos braços de Zeus e levo

pra casa dos milagres

de gente grande.

Porque de onde eu vim,

ninguém vai.

E a coisa se alastra

Todos vestem brim

e eu um pobre carmim!

Que faço eu, com esse

tal de barril de água?
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