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| Poesias-->Essas Mulheres ! -- 04/12/2004 - 11:01 (José Ernesto Kappel) |
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abro uma porta,
encontro outra,
abro portas
e desleixo paredes.
coisa de horta:
só brota onde
dá sol,
pijamas à parte,
prefiro minha rede.
loucas essas mulheres:
uma hora me pedem
outras despedem
outras ficam omissas
igual à colher de pobre.
não sabem o que querem !
o que faço?
debruço no vazio,
ou vou nadar no
mar lá de belém.
amém, mulheres !
querem ser amadas
igual ave no cio,
mas não deixam
encostar a mão
no cedro levado.
sou arquivo-morto,
pois, delas, nada
consigo,
só à tarde dão
boa-tarte
e à noite,
um adeus torto !
viver assim só
parafuso de rodar:
uma hora tenho que
fazer açougue,
noutra perseguir
a pia e lavar
trouxa de pós,
sem tentar perguntar.
levo fora!
uma hora sou azeite
de esquentar,
noutra,
lençol vazio
de deitar.
por isso,
mulher agora
é assim:
ela lá,
eu aqui.
ela vendo novela
trameira
e eu escrevendo
um monte
de descrença
dela !
mulheres,
adeus.
sou igual,
metade homem,
metade escravo
com muita fome !
e vida assim,
só no olímpo,
onde todo mundo
anda de manta
e nada, mais nada,
faz levantar !
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