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Poesias-->Cedros e Ciprestes -- 02/12/2004 - 09:00 (José Ernesto Kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Caminho entre os cedros,

refaço trilhas entre ciprestres,

enlaço minha ânsia como l

a estivesse numa floresta encatanda

de arvoredos.



Mas o meu chão é cimento,

minha obra é de argamassa,

água doce e pedras sem sentido.



Por acaso duvido de mim,

duvido de minhas coisas,

dos passantes,

das futuras vítimas,

dos caminhos que percorro

revejo signos dos aqui passaram

revejo a ânsia que aqui deixaram.



Por acaso passei por aqui,

por acaso vi você,

e não éramos mais nós:

eu era uma parte sem sentido,

você meia-parte do quis ser.



Não éramos nós.

E nesta outra vida

formamos um lindo par

desperdiçado de luz,

compondo os parques,

eu bolinando a flor que se retornou

e você abrindo-se ao sol.



É, na verdade,

tudo era do outro mundo!
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