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Poesias-->Bodas -- 26/11/2004 - 10:44 (José Ernesto Kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Fui casar e deu nisso,

fui descobrir um paraiso

de flores , amor e felicidade

tudo bem armado pela comunidade.



Fui descobrir logo que casei, no primeiro ano,

que a gente tem que cumprir uma série de coisas e leis

para festejar as bodas de cada dia, onde às vezes você está em dano,

Mas tem que cumprir religiosamente como rei.



Assim veio as Bodas de Algodão.

Todo entusiasmado - era o primeiro ano.

de um amor eterno que florescia no coração:

castiço, puro, tudo parecido com os dos anjos.



Depois veio as Bodas de Papel, no segundo ano,

não foi muito festejado, mas a data foi lembrada

com uma pequena festa, sem dano,

para um casamento feliz e coroado.



Veio as Bodas de Couro:

já não tinha animação, mas tinha amor

Entendíamos um ao outro, como uns loucos,

e festejamos, com alegria interior, e com muita cor.



Veio lá as Bodas de Flores - eram de quatro anos.Tim-tim!

Não havia muito entusiamos assim,

as coisas corriam iguais: do trabalho para casa

E jamais tentar em ir prá rua bater asas.



E o tempo foi passando

Veio as Bodas de Madeira,

isso é lá coisa que se comemora?Mais ainda amando.

Pois todo mundo foi lá em casa, e todos

descambaram a falar e a falar : uma zoera.



A coisa foi andando e o tempo passando

veio as Bodas de Açúcar - seis anos!

E eu de tanto trabalhar e amar,cansado

de todo ano ter alguma coisa pra eu ir comemorando!



Veio 7 anos - Bodas de Lã - e caiu no inverno!

Nos agasalhamos bem e, mais cedo, pra cama fomos.

Pois a festa ia ser na cama com promessas de eternos.

E fomos nós comemorar no colchão, quase aos tombos.



Veio as Bodas de Barro - nome esquisito.

Mas lá se iam 8 anos de amor permanente,

fomos de mãos dadas passear com o espirito

leve e gracioso, às bordas de uma igreja - ela

tinha virado crente!



O tempo cruel passa rápido como um véu.

Chegou as Bordas de Ervas - 9 anos!

Cheguei tarde em casa pra evitar a festa do céu.

E assim a comemoração foi somente em leves panos.



10 anos - Bodas de Estanho!

que imaginação tem essa gente estranha!

Tinha uma amiga, quase amante,

e passei com ela horas bem falantes!



12 anos - Bodas de Seda.

Mas lá em casa, com tanto filho,

foi mais uma zona deles

do que um festejo rijo.



Bodas de Renda - lá fui eu pros 12 anos.

Foi um beijinho aqui, outro ali.

Festa não houve, nem seda, nem panos.

Ninguém lembrou e eu de impaciência quase me perdi.



Veio as Bordas de Marfim - 14 anos se passaram!

Eu fui prá casa da amante descansar

enquanto a mulher, graciosa e meiga,

foi prá igreja rezar!



Chegou 15 anos e lá veio as Bordas de Porcelana

e prá a verdade dizer mais pareciam cem anos!

Dei prá ela um presente - uma persiana!

prá dividir o quarto com duas camas.



Veio as Bodas de Cristal

20 anos se passaram !

E veio na hora

pois nosso amor já estava bem assado.



E a coisa continuou - que coisa linda!

Bodas de Prata, data magna, mas sem pontas!

Veio gente de todo lado e com toda pinta

que a festa era mas pra comer,

até se o menu fosse onça.



Passou mais um ano e veio a de Pérola

Eu já gasto e cansado, já estava meio cheio dela!

Assim fingimos que data nenhuma havia pra festejar

e cada um foi pro seu canto pensar, sem alardear!



Veio mais uma. A coisa não acabava:

Bodas de Esmeralda!

Fui dormir mais cedo e bem alado

pois nada mais tinha pra levantar!



Bodas de Rubis - 40 anos!

Que canseira! Ver todo dia

a mesma cara rezeira e cheia de panos:

Fui mesmo namorar minha amante que tinha.



Bodas de Ouro, lá se foram 50 anos

Todo mundo vivo e eu senti que tinha entrado pelo cano,

Pois não era mesmo dela que gostava

Mas veio gente de todo lado festejar tal ano!



60 anos - Boda de Diamante - que trapalhada !

Chegei em casa meio bêbado e pálido,

não aguentava mais tal casamento

mas ela continuava crente e árida.



E tinha mais - Bodas de Prata Dourada

Nome mais esquisito inventaram

prá tal amor descambado!

Passei quase a noite vendo tevê e mal alimentado!



Finalmente Bodas de Carvalho:

Uma barra pesada onde falta amor e carinho

Eu já sem gás onde onde não subia nem com Viagra

Passei a data, cheio de cobertas e maldosas piadas!



Agora, em pé de guerra, vivo assim ,

não dá nem de colher,

nada, mais nada levanta mais !

Nem que muito reze fica em pé!

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