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Poesias-->Deserto dos Sozinhos -- 23/11/2004 - 18:52 (José Ernesto Kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
devagar fui,

andando com

meus passos,

mais pro lado,

pouco de frente.



abatido e

sincero,

finalmente

abri a carta,

com asas de

perfume.



ainda andando,

ela dizia

que tudo

havia acabado,

e me senti

igual a qualquer

gente

que levanta

de alguma

cabana abafada.



fruto fácil,

quase chorei.

quase de fraco

fiquei.



licões de vida,

meu caro

aprendiz,

de histórias

mal lidas:



minha mulher -

adeus! -

foi como o vento,

passou de fraco,

e depois tomou

forças

de Zeus.



e aprendi:

no amor em

nada se confia:

é um grande

buraco,

que fundo

não tem.



e lá,

tudo se perde,

e num minuto

qualquer,

seu

íntimo

vira um deserto

de sozinhos.
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