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Poesias-->Amor, Sexo e Balas -- 23/11/2004 - 08:49 (José Ernesto Kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
foi um desastre,

senão ecológico,

em parte

desolador,

meu encontro

sem lastro e

sem arte.



a mulher que

queria eu,

igual a uma rena

enfeitada,

mal sabia,

nada queria

com minhas

penas.



tentei de tudo

tentei do

vago, igual

a piso vazio

de cor.

até suspender

meu arco corpo.

pela sua janela

onde havia sexo

pendente.



mas, certas

coisas

não tem nexo.



eu, com meu amor

mais do que

eterno,

numa dessas

escapadas bruscas,

que assustam

até os mongóis,

não fui parar

na janela do

banheiro dela?



põe azar rústico

nisso

e adorna com

lencóis de

chorar.



lá estava eu,

feito arco,

de noitinha,

trepado na janela,

e vendo coisas

inacreditáveis,

e não muito

baratinhas,

pois na cotação

atual

se paga até bem caro,

só pra ver:

imagina tocar

nela?



sexo visual

correndo

à vontade.

que coisa boa,

vi até de lateral!



foi quando,

na falta de

deuses

compreensivos

pra me proteger,

apareceu o pai

da menina - uma

gracinha de

variantes entre 15

e 18 aninhos -



sem remissivas!



com um revólver

na nuca

pobre de mim,

o vasto homem

me colocou

pra correr

milhas afora

dando tiros

à esmo ou, sei

lá, pra acertar

minha nudez

que ninguém fuça.



aprendi a lição

e o caro amigo

aprenda

também:



pra namorar

vá de mão dada

e dando beijinhos

voluntários,

igual a dois

passarinhos

construindo

um ninho.



esse negócio

de negociar

sexo-direto

na janela

da amada,

não dá pé não,

e não dá nem pra

saciar.



principalmente

quando se sai

correndo nu pela

rua tomando bala

pela barafunda

afora.



faça!

mas de janela

jamais!

pois é bala prá lá

e panela atirada

pra cá !



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