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| Poesias-->Era Uma Vez -- 18/11/2004 - 10:56 (José Ernesto Kappel) |
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Dia festeiro vem ai.
É o esplendoroso Natal!
Tudo é festa natural!
Presentes daqui,
comida servida,
pratos saborosos vem ai,
presentes prá todos e
muita bebida.
Mas,se pergunto eu,
aos longo dos meus anos:
que posso esperar deste dia de fel?
Moro num abrigo dos esquecidos ramos,
e o único presente que recebo
são camisas velhas, de outros amos,
são sobras de ceia, duros como pano!
Mas que Natal é este?
Cheio de amarguras interiores,
onde o pai, o filho e o espírito,
já morreram em nome da vida?
Se fico sozinho, fico!
Se choro, um tanto!
Se também quero morrer,
quero -
rico em solidão.
Estou pronto pra partir,
para um reino onde alguém
me viva!
E que Deus me faça estrela pequena
deste universo que faz Natal,
nas esquinas de homens sem ar!
Mas que acabam tomando um
pouquinho de veneno tão
doce como a morte!
Mas, tudo isso,
depende, se tiveres
sorte!
Se meu caminho não tem bastas,
rondo por trilhas e sóis sem rastros.
Se meu caminho é andar em círculos
rodo feito vespa sem rumo e sem vínculos.
Não me basta só um caminho
o que tenho me leva às dobras da solidão.;
o que quero vale ouro, veste saia de rondão,
mas vive num rincão que tão longe foi preferido
a ficar sozinho!
Lá longe - que distância não sei -
mora o tal rei de tudo,
e neste tudo levou meu maior amor,
sem trocas, sem barganhas,
ela foi alegre e feliz, pois deixou
a minha casa rosada tudo sem cor
e uma saudade de dar dó
e com uma danada de vergonha!
Perdi a mulher,
o reino,
e sou conhecido agora
como o rei dos largados!
Há três coisas que tenho:
um raio de sol,
uma fábula com final feliz,
uma flor de jardim,
cuja maior felicidade
seria me acalentar,
e dizer de dó: teu canto é infeliz,
mas seu prelúdio tem sobras,
de passado e glória!
Vento que bate. Vento que assola e amedronta. Vento do norte que parece vir da
própria morte. Mas tráz um frenesi e uma esperança que ele
carregue o que restou. Tenho três fitas de mechas de Maria.
Rosa,vermelho,amarela. Tenho três cartas de despedidas. Tenho três
pontos de agulhas invisíveis aferroadas em meu peito. Se a perdi, foi
curto. Se nunca a ganhei, foi bem longo: dias e dias à procura. Hoje me
dizem.; foi melhor assim. Digo eu:, não foi não. Me perdi dentro de
mim mesmo. A perdi na roda que o mundo dá:, No dia ela se foi carregada
pelo vento! Hoje tenho cem anos e cem pecados.
Era uma vez uma canção sem ritmo. Uma orquestra sem músicos. Uma
paisagem sem sentido. Hoje,ao acordar nos meados da noite, sinto que falhei em
alguma peça da vida. Ou dei demais ou recebi de menos: não era pra
dar certo. Não era pra morrer assim. Tudo dissonante, tudo sem
fôlego. Tudo com flagrante de minha miséria.Se algum dia houve amor,
ele morou aqui perto. Tudo igual... era uma vez.
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