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Poesias-->triunfo -- 16/11/2004 - 01:32 (maria da graça ferraz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Seus olhos esquivos



Meu riso reprimido



E nesta desafortunada



vida, seguimos



A imobilidade das tardes



que abrimos a cada passo



Ao longe, a cidade enferma



arrasta-se, abrindo os braços



Vez por outra, a mesma



pergunta, sofrida, retorna,



sem aviso, pelas janelas,



abaixo da nossa porta



Mas calados, permanecemos,



sem tentar uma desculpa,



uma resposta evasiva,



ou sequer uma fuga



Fomos rendidos



pela pergunta, sabemos



Amor? Amor? Amor?



Seus olhos esquivos



Meu riso reprimido



Às vezes, uma criança



corre, com algodão



doce, nas mãos, como



uma nuvem baixa,



cheia de alegria e de raios



Amor? Amor? Amor?



A fantasia com que



nos vestimos, está gasta,



como o coração



desamparado dos homens



Seus olhos esquivos



Meu riso reprimido



Mas nossas mãos teimosas,



trançadas, recortam



pássaros de papel,



às escondidas



Mas nunca os lançamos



ao ar!!!



Sabemos o destino do chão



Envelhecemos,



iludindo-nos,



como duas frutas



num vidro de compota,



macia polpa,



esvanecidas formas



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