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Poesias-->pedra negra -- 16/11/2004 - 01:15 (maria da graça ferraz) |
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Seguir até o lugar
de nenhum lugar
Ver-se, de repente,
diante de uma pedra negra :
Intransponível. Obstrutiva.
Onde tu presumias
que existiria um santo,
um anjo, uma luz ainda
que triste, presa num lampião,
talvez um caminho
certo à tua absolvição
E, mesmo assim,
como um cacho de fruta
a beira de um muro,
ser humilde, contrito,
beijar a negra pedra,
como quem beija algo
querido atrás de um véu
Sem desolação. Sem ira.
Sem rancor. Amar o que
não querias...nem supunhas
Beijar. Beijar tudo que sonhaste
Beijar a tua loucura.
Esta tua pouca verdade.
E, sentir que teus sonhos
também te beijam
com igual intensidade
Ser como uma notinha de música
a cair da partitura
no teclado
de um piano de cauda
Escapar...
Junto com teu canto atravessar
o muro, devagar, até
a pausa absoluta
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