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Poesias-->ÚLTIMA CHAMA -- 16/11/2004 - 00:01 (Antonius) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Brinca a noite com as dores

Submete a mim, torpe

Embebido em amores

Sempre marginais

Jogando-me aos cais

As ruas, bares

Nos ventos livres,

Fugas dos lares

Fuga eterna,

Na sombria madrugada.;

Eu, um mero vassalo do medo,

De mim mesmo

Ocultando no imo dor,

Mentira

No silêncio:

Segredo

E nesta fraqueza mascarada,

Vive um riso aparente

Que sufoca num repente,

A lágrima estancada



Noite!

Brinque, ria, ria mais, e mais

Ria de minhas fugas,

De meus ais,

Ah! Minha alma em rugas

Que também tenta rir

Cantar, sonhar

Buscar ainda a última inspiração

Voar novamente

Ocultar-me no coração

E extrair a fórceps a coragem

E plantar, cultivar

A última semente

O gérmen que ainda vigora

O derradeiro amanhecer

E, enfim, fazer vir a aurora



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