Por que fostes? Se não posso ver-te, para que Esses olhos? Nem a incansante beleza da natureza, Teria graça diante minha vista. Sem ter-te, não Alegra-me mais nada, nem o sorriso humilde de um Velho pobre, que acaba-se nas ruas. Acabastes com Meu coração, não está mais em si. Desnorteou-se, Como o bêbado desnoiteia-se da realidade da vida. Colocaste no meu caminho os espinhos que dão para Espinhos, e não à rosas. Trouxeste-me uma Felicidade ilusória, onde até meus sonhos eram Falsos. Mostraste-me o mundo de uma maneira que Eu não enxergava, enfim ensinaste-me a imagem Irreal, a hipocrisia que mora em ti e que
Passou-a toda à mim. Tomou-me a vida que não Tive, o resto de podre que possuía, mas não Roubaste-me o velho coração ensangüentado que Ainda bate na carne estragada. Tirou-me a ânsia De viver mas não arrancou-me o sorriso sarcástico De ver-te desmoronar e se deteriorar em um chão Qualquer, ver tua epilepsia virando-te ao avesso, e ao mesmo tempo, transformando-me em um ser Imaginário, em um brinquedo que é abandonado no Decorrer do tempo, mas que ainda assim, possui um Órgão real, que bate à espera de ver-te outra Vez, para tornar a graça de tua beleza, nesses Olhos cansados e lamuriados da vida.