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Poesias-->Tão de Palha ! -- 14/11/2004 - 15:46 (José Ernesto Kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Empório de papel,

tenho vários

acomodados

sob a manta dos ombros,

e faço deles minha oração

comedida de deuses:

onde começa o fel

e onde o fim é sempre

de perdão!



Tenho empórios

são prá dar e vender!

Mas lá só dormem

mendigos de pura raça.



Mas quem os falece?

Senão o mendigo,

que faz de meus tragos,

escritos com piedade,

forros de dormir!



Ele me alenta!

Dorme com meus escritos,

sob o rosto pálido

que o sol esqueceu!



Dorme! Contigo eu canto!

Faino a dor e, no final,

sei que falo mal,

mas encanto o falido:

aquele que sombreia

meus versos

com abas de dormir.



São as fronhas de meus

pesadelos ,na fronteira

que divide a vida e a morte.



Tão de palha!

Então, dormita!
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