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Poesias-->Viva Maria -- 12/11/2004 - 13:39 (José Ernesto Kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
De que valem tantas pedras,

presas aos ombros,

com amarras de cordas

de vime e crespadas de vidro?



De que vale meu início

se ele não tem data,

nome ou paisagem?



De que me vale vagar

em moinhos de trigo,

que faz o caminho e o mundo,

que faz a trilha, mas é sempre

o contrário dos espelhos.



Se me vergo à estação do medo,

é que dorme em mim os que foram

e os que serão.



Bravo rejubilo que, em meu caos,

canta a trova do medo,

cria o corpo e o faz duende

ao próximo e ao mais próximo.



Vive do nada, que não tem data,

aos reis sem nome,

ao cultivo do sal na

Ópera dos Alados.



Se um dia foi assim,

perco em mim o

gesto e a postura.



Por comodidade,

é róseo e vasto este mundo.;

é cruel se me deixar

vivermais uma vida

sem ser mais ser dela.



Torres, sem guaritas,

formam um círculo de flechas

em meus sonhos, onde

sou o vácuo de meu passado

e a voz de meu medo.



Quando o céu se turva,

e a terra se torna agreste

de torrentes, formam-se

empezinhos de imagens,

que alvorecem e morrem,

sem que possa tocá-los,

sem que possa compreender

tal majestade, tal agonia.



Num certo momento

definido por pura

meiguice,

tudo pára e o único

a se mover é a roda que lasca

o tempo e me faz compreender

que os anos se mesclaram

e, o que era para ser uma dor

de segundos, torna-se

um viradouro seguido, de toda

uma vida.



E se é um sonho, sou a máscara,

se é a vida, sou a voraz agonia!







III





Feltros sem cor definida

se espargem e cobrem

o caminho de pedras,

ao vagar do vento doce

de primavera,

suavizado pelo sol ameno,

que rebate colorido

o vôo dos pássaros.



Nada mais pode

nos separar,

nem os frutos amargos

da vida,

nem as brumas de

inverno, que se acotovelam

ao sopé da montanha,

que a guarda inocente,

sem saber que ela, mais atiça,

inicia o caos, quando

começar o seu vago.



E já são tão populares as perdas,

que se disseminam em cada um

de nós.;

já é tão popular a ferida

que se abre ao breve adeus,

sem palavras, sem sentido.



Lápides silenciosas guardam lá seus segredos,

ruminam ansiedades de vida,

mas a alcova eterna as prende,

num céu convulso,

onde a metade é luz e outra

é ouro.



E nesse caminho,

sigo eu:

de chinelas de palha

procurando atravessar

toda esta relva,

que, para mim , é meu início,

feito e bordejado no céu,

prá nunca mais acabar.



Sou fruto da corda

e do coldre,

faço de criança meus

bonecos sem nome.;

sou fruto de feltro

e do feiticeiro azulado,

e me apaziguam somente

as idéias de que não estou

mais aqui.



Vez virá, em monções de segundos,

que serei parte dos erguidos,

dos assolados, e também dos

perdoados.



Se a mim me resta,

resta de sombra, alguma mão

a me prender,

nesta queda sem nome,

neste dia em vão,

nesta vida sem início!



III





Um beijo doce,

feito de amor,

é feito água-de-amor,

puro arroz de campo,

que não parte.



Um olhar castiço,

de cor azul,

vale tanto ou mais -

queira-me mais -

ganhar uma guerra

perder uma vitória.



Presença sua

é tão vital como

o pólio para os pássaros,

como o vento para a montanha,

igual ou mais do que o rubro sol.



Presença sua é vida

que me falta,

pois vivo

nas trilhas dos descabidos,

e rarefeitos, dos sós.



É sua mão de carinho,

afagando: cheguei com

o vento e sou agora

sua vida que desabou,

o cordão de ouro

que agora o cobre,

é a espada mágica

que ameniza a mesa

dos solitários !



Agora virei anil,

cor do futuro.

Minha ordem interior se foi,

esmagada pelas coisas

que tentei criar.



Maria, de malas, fez,

um embrulho torto,

sem despedida,

sem cor,

cheio de angústia

para deixar o tempo.

Se foi.



Foi prá bem longe

desta história.



Maria se foi e levou também

um maço de arco e flecha

para um dia,se puder,

me ferir nos ombros,costas

e coração.



Maria se foi, e com razão:

dela, fiz pouco,

desprezei os sozinhos delas,

deixei amuada e florecente

de esperas.



Não fui o que

tentei ser.

Fui palha e

devorado pelo fogo

dos homens.



Deixei Maria por outra

Maria.

Face a face, não acreditei.

Mas que fazer,se uma luz

brilha mais do que a outra?



Se a Maria de uma vez,

é mais estrela do que

outra?



Adeus, Maria,

e de tudo você sabia!

Ora, palhas!Amor cativo

já morreu por falta

de lírios!

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